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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Detox: Susana Ayres e os três níveis de intoxicação


Aparece como um ligeiro mal-estar, uma dorzinha de cabeça, um resfriado. A maioria das pessoas vai dizer algo tipo “Acho que estou pegando uma gripe.” Já os mais informados vão olhar para trás, pensar nos excessos das últimas semanas e entender logo: são os primeiros sinais de uma pequena intoxicação.

Que, se for bem resolvida, não vai passar disso. E se não for, pode virar qualquer coisa – até uma bela gripe, daquelas que deixam a gente de cama.

Esta é uma chave para entender o funcionamento do corpo e evitar doenças: tudo o que é excessivo produz toxinas que devem ser postas para fora. Se possível através dos intestinos e da bexiga, que são nossos grandes faxineiros, mas também através dos pulmões, que estão o tempo todo renovando o nosso ar, e da pele, que nunca produz uma coceirinha sem ter lá suas razões.

Uma intoxicação pode ser escandalosa, quando vem de uma comida estragada que já entra na gente com uma coleção de bactérias dançando forró e vai logo produzindo vômitos e diarreia. Mas pode ser discreta. Lenta e gradual. Exatamente como a que a gente arranja no final do ano, se não prestar atenção.

Como diz minha amiga Susana Ayres, acupunturista, fitoterapeuta e bichóloga atualmente clinicando em Brasília, a soma de fatores altera muito o produto. “O que a gente mais consome no Natal e no réveillon, por exemplo, são alimentos energeticamente quentes, preparados no forno, inadequadíssimos para o verão – carnes assadas, bolos, tortas, todos deliciosos e irresistíveis. Acompanhados por maioneses, castanhas e frituras, que acrescentam umas gordurinhas fatais. Mais os docinhos que não admitem recusa. Mais vinho, cerveja, refrigerante e muito espumantee na hora do brinde. Soma-se a isso o fato de tudo ter sido preparado muito antes, esperando fora da geladeira por horas, o que permite a proliferação de bactérias e fungos. E por fim a questão de estarmos comendo muito tarde, num horário em que o corpo geralmente não processa bem os alimentos.”

Bom, mas e aí? Então não se festeja? Claro que sim, ora. Mas já sabendo que para todo veneno há um antídoto. Susana diz que podemos pensar em três níveis de intoxicação: leve, moderado e forte.

O mais leve dá sintomas como irritabilidade, sonolência, alguma coisinha na pele, gases intestinais, prisão de ventre ou diarreia, gripes e resfriados, distúrbios leves de menstruação. “Nesta situação bastam uns ajustes na dieta alimentar, eliminando por alguns dias os laticínios, produtos animais e açúcar e aumentando o consumo de vegetais, frutas, sucos, água e chás como banchá, chá verde, capim-limão, erva-doce, camomila e hortelã”, diz ela.

Uma intoxicação mais consistente já produz sintomas que se repetem, como gastrite, enxaqueca, labirintite, tontura e enjoo, constipação intestinal acentuada, parasitose, anemia, colesterol alto, sinusite, alergias de pele ou respiratórias. Também se enquadram nessa fase dores articulares sem causa definida, tendinites, distúrbios menstruais, hormonais e tensão pré-menstrual. Aí, Susana costuma orientar para uma dieta de desintoxicação mais longa, de no mínimo um mês, para restabelecer as defesas do organismo – e, se houver parasitose, tratar.

A intoxicação grave já é a doença propriamente dita. Xô, doença! Vem, saúde!

Contatos com Susana: 61 8628-1231, e-mail susanaayres@gmail.com .

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Brasília, a cinquentona, e o trabalho de Tania Quaresma


Gosto de Brasília. Não tem mar, não tem montanha, mas tem um céu que só vendo e nasceu de um sonho que acompanhei de perto, primeiro porque minha irmã e meu cunhado foram pioneiros, depois porque minha querida amiga Tania Quaresma se mudou para lá e não saiu mais.

Tania é cineasta. Chegou, olhou aquilo e viu o que também sonhava. Quis saber como foi que tudo aconteceu. Acabou fazendo a arqueologia da construção da cidade na série de tv Os pioneiros, onde entrevistava gente chamada simplesmente Zé, Tião, Francisca, Maria. E a primeira fala deles, quase invariavelmente, era: Quando eu cheguei aqui não tinha nada, só aquela terra vermelha...

Vale a pena acessar o blog Bem Te Vi Brasília e ver os 21 filmetes de 90 segundos que resumem essa história até a inauguração da cidade. Eles também estão sendo exibidos pela TV Brasil ao longo da programação deste mês.

A série traz depoimentos do presidente Juscelino Kubitschek, do arquiteto Oscar Niemeyer, do urbanista Lúcio Costa, do artista plástico Athos Bulcão e do cinegrafista Sávio Silva, que fez as primeiras imagens de Brasília. Não falta a palavra de antigos donos das terras e de pessoas simples, a exemplo do operário Tião da Onça. Ele foi o primeiro trabalhador a chegar ao Planalto Central para a rápida construção do "Catetinho", primeira residência oficial de Juscelino, assim chamada em alusão ao Palácio do Catete, do Rio de Janeiro. Outro depoimento delicioso é o de dona Dolores, a cozinheira que trabalhava dia e noite fazendo a comida mineira do presidente.

Tania Quaresma é zen, do tipo que senta para meditar e às vezes fica assim dois meses. Ou então faz comida zen para os que estão sentados. Depois volta a filmar, editar, criar eventos que juntam o velho e o novo, a arte e a tecnologia, o popular e o erudito. Realidade e sonho andam juntos. Copio uma pérola do blog a esse respeito:

O mestre na arte da vida faz pouca distinção entre seu trabalho e seu lazer, entre sua mente e seu corpo, entre sua educação e sua recreação, entre seu amor e sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um espaço do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo o que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente.