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terça-feira, 20 de julho de 2010
Ter saúde é natural: Papinho sobre a imunidade
– Se encontrarem o inimigo, comam-no!
É com essa ordem que o time das células fagócitas entra em campo. Anticorpos, células macrófagas, basófilas, eosinófilas, neutrófilas, plateletas, imunoglobulinas, interferon, citoquinas, interleucinas e muitas outras percorrem o sangue e comem os seres indesejáveis, assim mesmo: nhac! Quando fazem contato com algo que precisa ser destruído, seja uma bactéria ou um material inerte como poeira, seu citoplasma envolve a partícula e forma uma bolsinha, que se funde com outro saquinho que contém enzimas digestivas. Se a composição química da substância estranha permite sua degradação pelas enzimas, ela é destruída; se não, é retida no fagócito e impedida de maiores contatos com o hospedeiro; mais tarde será despejada na linfa.
Os tecidos que formam baço, fígado, nódulos linfáticos e medula óssea são especialmente ricos em fagócitos.
Entre as células brancas do sangue há fagócitos capazes de migrar através dos vasos sanguíneos para áreas de inflamação ou infecção. Lá se multiplicam de acordo com a necessidade. Mas também existem fagócitos de plantão em todos os tecidos, formando um sistema chamado reticuloendotelial. Isso faz com que possam controlar uma invasão bacteriana em qualquer lugar, se ela não for muito grande nem muito virulenta. Também são eles que engolem as células vermelhas cansadas ao fim de suas vidinhas de cento e vinte dias.
Nas verminoses, os leucócitos que aparecem mais são os eosinófilos. Eles se multiplicam para destruir a cutícula que reveste os vermes grandes. Geralmente o exame de sangue acusa uma taxa mais alta de eosinófilos no início da infecção, que depois vai caindo; a duração da fase alta e da volta ao normal depende do parasita, do paciente, da circunstância, e são necessários vários exames de sangue seguidos para entender o que está acontecendo.
Segundo o professor J.-J. Rousset, em seu livro Maladies Parasitaires, uma pequena elevação da taxa de eosinófilos remete a oxiúros (banais, diz ele), enquanto a elevação súbita e expressiva faz pensar numa tênia; e aí começa toda uma estratégia de exames de sangue e fezes, repetidos, para achar ovos, eliminar as possibilidades de fascíolas, cistos hidáticos, larva migrans, triquinas. Quando há estrongilóides as taxas ficam subindo e descendo feito um ioiô.
A presença de vermes significa que uma parte do potencial orgânico de defesa está mobilizada numa guerra sem fim, deixando talvez de cumprir outras tarefas imunitárias – como, por exemplo, identificar e destruir células cancerosas para evitar o crescimento de tumores, ou simplesmente funcionar como barreira contra as gripes, viroses, alergias e dengues da vida.
A pele, o sistema respiratório e o tubo gastrintestinal são as três barreiras do corpo contra invasores de todosos tipos – vermes, protozoários, bactérias, vírus, fungos, toxinas e proteínas estranhas de qualquer origem.
A pele
tem uma camada externa de matéria morta e duas internas bem vivinhas, profusamente irrigadas pelo sangue e visitadas por uma intrincada rede de vasos linfáticos.
A linfa
é um fluido clarinho que banha os tecidos do organismo, regulando o teor de líquidos, devolvendo proteínas ao sangue e removendo bactérias, partículas estranhas e células anômalas; muito rica em linfócitos e células macrófagas que identificam e comem substâncias indesejáveis; ou seja, a linfa é a linha de frente da defesa imunológica. O material apreendido vai dar nos gânglios linfáticos, de onde é encaminhado para fora do corpo pela corrente sanguínea. Gânglios inchados mostram que há infecção em algum lugar e que a linfa está agindo.
O sistema respiratório,
além de também ser protegido pela ação da linfa, tem no seu revestimento interno uma camadinha de células cheias de cílios, recobertas por um muco altamente viscoso onde ficam presas as partículas indesejáveis; esse muco é empurrado para a faringe pelo movimento dos cílios, e de lá é engolido ou tossido.
O grande tubo gastrointestinal
é uma das partes mais complexas do organismo. Para começar, é parte externa – assim como quintal, área de serviço, depósito, lavanderia, portão dos fundos. Parte externa que foi se virando para dentro, se invaginando e formando um túnel por onde as coisas entram e saem. Florestinha tropical sofisticada, reserva extrativista da vida microbiana, nosso trato gastrointestinal começa no nariz e na boca, incluindo adenóides, sínus e amígdalas; termina no ânus.
O nariz
é a entrada e saída dos gases (oxigênio, dióxido de carbono) que formam e sustentam o pulmão, que produz oxigênio para o sangue, e dos resíduos que se transformam em muco.
A boca
é entrada (eventualmente saída) de alimentos e bebidas que formam o sangue e renovam as células. A boca também respira e também elimina muco.
Amígdalas
são duas estruturas linfáticas ovaladas, uma de cada lado da garganta, que produzem anticorpos contra invasores que entram pela boca e pelo nariz. São ajudadas pelas adenóides, estruturas semelhantes que ficam atrás do nariz.
Aí vêm o estômago,
um meio tão ácido que poucos micróbios sobreviveriam nele, e o intestino delgado, com sete metros de comprimento, onde o sistema imunológico mantém cerca de 40 pequenos territórios, as placas de Peyer.
Essas placas de Peyer,
visíveis a olho nu, são pedacinhos de tecido redondos ou ovais que não apresentam o relevo característico da mucosa intestinal. Pertencem ao conjunto linfático e sua função é armazenar células linfóides. Que, verdade seja dita, são o máximo. Produzidas pelo timo e pela medula óssea, elas viajam para os tecidos linfóides e permanecem imaturas até reconhecerem alguma substância a combater. Aí amadurecem instantaneamente. Se forem células T, produzidas pelo timo, proliferam e se dividem em três categorias: as supressoras, as matadoras e as auxiliares (estas em maioria). Se forem células B, produzidas pela medula óssea, ao reconhecerem o invasor elas também amadurecem – e se tornam capazes de fabricar imunoglobulinas, que são proteínas especializadíssimas em lutar pelo organismo, tanto que se chamam anticorpos.
O apêndice
é considerado um nódulo linfático que virou uma estrutura fixa. Pertence ao intestino grosso, que tem cerca de metro e meio e é a parte final do tubo gastrointestinal.
O sistema linfático
inclui o timo, a medula óssea, o baço, gânglios espalhados nas axilas, no mesentério e nas virilhas, amígdalas, adenóides, tecidos linfóides bronquiais, intestinais e urogenitais, e uma rede de vasos comparável à do sangue.
Você acha pouco?
do livro Almanaque de Bichos que dão em Gente
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Almanaque do banheiro: Papo de vagina
Uma leitora escreveu dizendo que tem cistos sebáceos vaginais, e eu, que nunca tinha ouvido falar nisso, fui pesquisar no livro Women's bodies women's wisdom, da Christiane Northrup, MD. Não achei os cistos mas me deparei com esta pérola:
"A cultura ocidental considera a área genital 'suja' e a polui com essa atitude. Toda função associada a essa área - parto, sangramento e eliminações - é altamente carregada, emocional e psicologicamente. (...) Desde cedo capturamos a ideia de que essa região é diferente das outras do corpo: tabu, suja, desprezível. (...) Um jovem médico, a uma paciente que se tratava de infecção por fungos, disse: A vagina da mulher é uma lixeira.
"A promoção e a venda de desodorantes íntimos, inclusive em tampões e absorventes, dão à mulher a impressão de que a vagina em estado natural é inaceitável, de que precisa ser desinfetada e desodorizada.
"A mucosa vaginal e cervical saudável oferece à mulher proteção contra as doenças sexualmente transmitidas, inclusive aids; por isso é tão importante mantê-la sadia. O primeiro passo que uma mulher deve dar é atualizar o que pensa sobre essa área do corpo."
O momento de menor imunidade da mucosa vaginal é durante e em torno da menstruação, diz ela; daí ser comum surgirem infecções vaginais nesse período. Sem falar vulnerabilidade da mucosa quando há muito sexo, já que o movimento geralmente faz pequenas lacerações na vagina, na vulva e no clitóris; se houver sêmen, o pH vai ficar mais alcalino por 8 horas, tempo suficiente para que pululem os micróbios geralmente inibidos pela acidez peculiar à vagina; se houver penetração anal e depois vaginal, a contaminação é quase certa; se houver sexo oral, restinhos de bacalhau, café e mousse de chocolate vão deixar bactérias e fungos completamente loucos.
Também é erradíssimo usar o papel higiênico de trás para a frente depois de evacuar - tem que ser de trás para trás. E, ao enxugar xixi, não é para esfregar o papel, basta encostar para que ele absorva o excesso. A vulva, nome da região íntima que inclui entrada da vagina e da uretra, clitóris e pequenos lábios, é uma pessoa sensível. Nem sabonete deve chegar ali: só e somente água, abundante. Viva o bidê! Viva a duchinha ao lado do vaso!
O que se pode fazer nessas situações: ducha higiênica com vinagre - 1 colher sopa em meio litro de água morna, filtrada ou fervida, para normalizar o pH da vagina (comprar o aparelho em casa de material hospitalar), e aplicação de óvulos de calêndula ou de hydrastis durante algumas noites, depois da menstruação, para limpar os resíduos de sangue e células do endométrio (farmácia homeopática).
Detalhe: se a mucosa vaginal estiver irritada, melhor usar óvulos do que ducha, para evitar mais atrito. E só usar ducha ou qualquer outra coisa se for realmente necessário. Em situações normais, a vagina é autolimpante.
Se a vaginite for recorrente, é bom consultar uma médica homeopata para entender melhor o que está acontecendo. Olho vivo: vagina em dia é cor-de-rosa e cheira bem.
ilustração Cristina Tati
"A cultura ocidental considera a área genital 'suja' e a polui com essa atitude. Toda função associada a essa área - parto, sangramento e eliminações - é altamente carregada, emocional e psicologicamente. (...) Desde cedo capturamos a ideia de que essa região é diferente das outras do corpo: tabu, suja, desprezível. (...) Um jovem médico, a uma paciente que se tratava de infecção por fungos, disse: A vagina da mulher é uma lixeira.
"A promoção e a venda de desodorantes íntimos, inclusive em tampões e absorventes, dão à mulher a impressão de que a vagina em estado natural é inaceitável, de que precisa ser desinfetada e desodorizada.
"A mucosa vaginal e cervical saudável oferece à mulher proteção contra as doenças sexualmente transmitidas, inclusive aids; por isso é tão importante mantê-la sadia. O primeiro passo que uma mulher deve dar é atualizar o que pensa sobre essa área do corpo."
O momento de menor imunidade da mucosa vaginal é durante e em torno da menstruação, diz ela; daí ser comum surgirem infecções vaginais nesse período. Sem falar vulnerabilidade da mucosa quando há muito sexo, já que o movimento geralmente faz pequenas lacerações na vagina, na vulva e no clitóris; se houver sêmen, o pH vai ficar mais alcalino por 8 horas, tempo suficiente para que pululem os micróbios geralmente inibidos pela acidez peculiar à vagina; se houver penetração anal e depois vaginal, a contaminação é quase certa; se houver sexo oral, restinhos de bacalhau, café e mousse de chocolate vão deixar bactérias e fungos completamente loucos.
Também é erradíssimo usar o papel higiênico de trás para a frente depois de evacuar - tem que ser de trás para trás. E, ao enxugar xixi, não é para esfregar o papel, basta encostar para que ele absorva o excesso. A vulva, nome da região íntima que inclui entrada da vagina e da uretra, clitóris e pequenos lábios, é uma pessoa sensível. Nem sabonete deve chegar ali: só e somente água, abundante. Viva o bidê! Viva a duchinha ao lado do vaso!
O que se pode fazer nessas situações: ducha higiênica com vinagre - 1 colher sopa em meio litro de água morna, filtrada ou fervida, para normalizar o pH da vagina (comprar o aparelho em casa de material hospitalar), e aplicação de óvulos de calêndula ou de hydrastis durante algumas noites, depois da menstruação, para limpar os resíduos de sangue e células do endométrio (farmácia homeopática).
Detalhe: se a mucosa vaginal estiver irritada, melhor usar óvulos do que ducha, para evitar mais atrito. E só usar ducha ou qualquer outra coisa se for realmente necessário. Em situações normais, a vagina é autolimpante.
Se a vaginite for recorrente, é bom consultar uma médica homeopata para entender melhor o que está acontecendo. Olho vivo: vagina em dia é cor-de-rosa e cheira bem.
ilustração Cristina Tati
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