Mostrando postagens com marcador respiração. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador respiração. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Para sobreviver melhor

Por trás de nossos atos, palavras e pensamentos, ao longo de todos os dias e noites da vida, respiramos. Incessantemente, trilhões de vezes, tão sem esforço que mal dá para notar. Podemos viver muitos dias sem comida, alguns sem água, nem cinco minutos sem ar. A troca que acontece nos delicados alvéolos pulmonares tem que ser constante: entra oxigênio, sai gás carbônico. É uma lei primária de sobrevivência.

Mas isso não quer dizer que sempre respiramos bem. Prendemos a respiração, sem perceber, em momentos de susto ou medo; ficamos sem ar diante de uma notícia grave, esquecemos de respirar quando preocupados com alguma coisa. São paradas que refletem um estado de tensão e servem para aumentá-la. 

Uma pessoa que fuma acende um cigarro nessa hora e dá uma tragada funda. Outra, com noções de meditação e yoga, vai fazer um esforço consciente para trazer a respiração de volta. Porque não é só a troca de oxigênio por gás carbônico que interessa: há um ritmo de vida que a respiração comanda, e o movimento do ar, seja puro ou poluído, mexe com a energia mental.

A respiração rápida excita, a respiração lenta acalma. A rápida é forte, curta, incompleta. A lenta é suave, longa, profunda: o ar chega até o fundo dos pulmões e beneficia os órgãos internos com sua massagem. O coração, músculo soberano que precisa bater direito para fazer circular o sangue e as emoções, reage imediatamente às mudanças de ritmo respiratório. Não pode ser controlado diretamente, mas obedece à respiração e se organiza quando ela é tranquila.

Morar nas cidades quase que obriga a tomar consciência da respiração. Grande parte da atividade cotidiana envolve andar por vias cheias de gente, motos, carros e ônibus poluentes, letreiros, barulho, perigo. O estresse é inevitável.

Um modo de recuperar o equilíbrio, mesmo no engarrafamento ou na fila do supermercado, é prestar atenção à respiração e fazê-la lenta, longa e profunda. Nada mais monótono: inspira, expira. Nem mais contínuo: inspira, expira.

Poderia ser um tédio. Não é. Aos poucos a pessoa observa com mais calma a passagem do ar pelas narinas e sua descida pelos tubos respiratórios, o modo como o ar enche o peito e a barriga e logo os esvazia, e de repente uma sensação de leveza cintilante está tomando conta da cabeça. Respirar torna-se grande como o céu, como o mar. Nuvens e ondas vão e vêm. Tudo em um espaço interior novo, que aumenta a superfície de contato da pessoa consigo mesma. No fim, observar a respiração é uma forma pessoal de meditação que pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar, pelo prazer de aquietar a mente e entrar nessa camada suave de existência.

Alguma disciplina pode ser necessária no início ~ por exemplo, contar os tempos da inspiração e da expiração: de 1 a 5 inspirando, de 6 a 10 expirando. Quando esse ritmo estiver estabelecido, manter a inspiração em 5 tempos e ir alongando a expiração até 15, ou mais. Tomar fôlego, inspirando rapidamente uma boa quantidade de ar para soltá-lo aos poucos, é o que fazemos naturalmente ao rezar, cantar ou recitar mantras, que também nos sossegam.


Além disso, a poluição das cidades é menos prejudicial para quem respira bem. As mucosas por onde passa o ar têm cílios minúsculos formando um tapetinho onde fica presa a sujeira. Basta lavar o nariz e a garganta, à noite, com água morna e ligeiramente salgada, para livrar-se dela. Vamos lá?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Para relaxar: Respirando em 4-7-8

Adoro quando os bons médicos resolvem trabalhar para as pessoas não ficarem doentes. Já citei aqui o Dr. Mercola, que faz um comércio expressivo no site mercola.com mas dá dicas preciosas e aponta todas as suspeitas de fraude que consegue apurar. Também gosto muito do dr Andrew Weil, outro que tem uma excelente postura de promoção da saúde junto com um comercinho maneiro de cápsulas & congêneres.

Pois outro dia o Mercola estava citando um exercício respiratório do Weil, feliz com o que considerou a melhor coisa simples que você pode fazer por você mesmo. Trifeliz, concordando plenamente, traduzo.

A respiração 4-7-8

1. Sente com a coluna ereta
2. coloque a ponta da língua atrás dos dentes superiores da frente e mantenha lá
3. inspire pelo nariz enquanto conta mentalmente até 4
4. segure o ar nos pulmões enquanto conta mentalmente até 7
5. expire fazendo shhh enquanto conta mentalmente até 8
6. repita mais três vezes: o ciclo completo são quatro respirações.

Limite: quatro ciclos por dia durante o primeiro mês.

Os benefícios dessa prática simples são enormes e agem como tranquilizantes naturais para o sistema nervoso. Fora isso, respirar bem é básico para organizar e dar ritmo à vida. Quem está tenso, nervoso ou preocupado para de respirar sem perceber. Fumar, pasmem, às vezes é uma ajudinha perversa e inconsciente para fazer o pulmão dos estressados funcionar. Pois vamos trazer isso logo à consciência e gravar na memória: 4-7-8!