De: AS-PTA boletim@aspta.org.br
Para: Deixa Sair
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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS
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Número 556 - 23 de setembro de 2011
Car@s Amig@s,
Mesmo depois de aprovada a liberação do feijão transgênico, seus proponentes seguem inflando seus supostos benefícios. A mistificação criada em torno do tema parece ter ganhado asas.
A nova semente vai “democratizar o consumo do alimento em todas as classes da população”, diz o autor do projeto. Considerando o atual padrão alimentar do brasileiro, será que basta alterar um gene da planta e pronto?
A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do IBGE, indicou queda no consumo de arroz e feijão entre os brasileiros no período de 2002/2003 a 2008/2009. A coleta de dados ocorreu nas áreas urbana e rural em todo o território nacional. No período considerado, o consumo per capita anual da leguminosa caiu de 12,4 para 9,1 kg. Já o consumo de refrigerantes de cola aumentou 39,3%. Os alimentos essencialmente calóricos (óleos e gorduras vegetais, gordura animal, açúcar de mesa e refrigerantes e bebidas alcoólicas) perfazem 28% do consumo no domicílio. O aumento da renda da população em parte explica o menor consumo de bens inferiores como o feijão. Assim, o que se entende por democratizar o acesso ao feijão?
Ainda de acordo com o IBGE, em outra pesquisa, metade da população adulta e um quinto dos adolescentes brasileiros estão acima do peso. É uma epidemia de obesidade. Hoje cada vez mais come-se fora de casa e comida industrializada. A questão é complexa. Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, algumas indústrias agroalimentícias colocam a saúde pública em situação de risco para proteger seus interesses. Existe “uma história vergonhosa e bem documentada de certos atores na indústria que ignoram a ciência e, inclusive, sua própria pesquisa”, disse (Portal Terra, 19/09/2011).
Voltando ao feijão, os dados da Conab/Ministério da Agricultura, para o mesmo período 2002-2009, apontam que a área cultivada com feijão passou de 4,38 para 4,17 milhões de hectares. No mesmo período a produtividade média nacional cresceu de 732 para 842 kg/ha e a produção foi de 3,2 para 3,49 milhões de toneladas (previsão de 3,78 para 2011). O consumo do grão está caindo não por falta de produção.
E como disseram em artigo cinco ex-integrantes da CTNBio: “A Embrapa, através de parte de seus pesquisadores, ao impedir o acesso da comunidade científica ou da população às informações moleculares está contribuindo para o obscurantismo da ciência, ao não querer mostrar o que de fato está ocorrendo no feijão transgênico. Esconder da sociedade o que estará dentro de um prato de comida não foi uma prerrogativa dada pela sociedade a uma empresa mantida com recursos oriundos desta própria sociedade.”
A se tirar pelo discurso midiático dos defensores do novo feijão, parece que se desconhece ou se esconde não só o que está dentro, mas também o que por trás de um prato de comida.
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Ex-integrante da CTNBio protesta por ter sido impedida de votar o feijão transgênico
A Dra. Solange Teles da Silva, que durante os últimos dois anos foi membro da CTNBio representando as organizações da sociedade civil de defesa do consumidor, publicou em 16 de setembro uma carta aberta denunciando que, por inação do secretariado da Comissão, sua recondução ao cargo (cuja validade havia expirado em 28/08/2011) não foi encaminhada, o que a deixou impedida de se manifestar e votar na sessão em que foi aprovada a liberação do feijão transgênico da Embrapa.
Solange solicita que “sejam tomadas as medidas necessárias pela Secretaria Executiva da CTNBio para o preenchimento das vagas dos representantes da sociedade civil conforme dispõe o regimento interno da CTNBio (arts. 6º, 7º e 8º) e que seja aprovada uma diligencia em relação ao evento feijão Embrapa 5.1 para que sejam realizados estudos aprofundados, notadamente em relação a avaliação de risco a saúde humana e animal e risco ambiental.”
Leia a íntegra da Carta Aberta no blog em Pratos Limpos.
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Neste número (tudo muito bom, bem documentado, oportuno- SH):
1. Justiça mantém decisão da Anvisa sobre banimento do agrotóxico Metamidofós
2. Ex-integrante da CTNBio protesta por ter sido impedida de votar o feijão transgênico
3. Senado: Comissão de Meio Ambiente defende rotulagem
4. 12 anos depois do prometido, Bayer retira do mercado agrotóxicos letais
5. ONU: indústria agroalimentícia coloca saúde pública em risco
6. Lobby da indústria falou mais alto na ONU
7. Comida ou mercadoria: do que se alimenta o mundo?
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sexta-feira, 23 de setembro de 2011
domingo, 5 de dezembro de 2010
Notícia boa: MT diz não à soja transgênica e Embrapa apoia
Não que eu seja fã de soja. Como todo mundo aqui sabe, soja, só fermentada - missô, tempê, natô e shoyu não pasteurizado, o que é raríssimo. Ou seja, pra que tanta soja?
Mas adorei a ripada na Monsanto e tinha que publicar. Tomara que o Brasil reaja agora com mais firmeza à manipulação das grandes empresas. Não só de alimentos.
Sobre a AS-PTA, entidade que luta por um Btasil livre de transgênicos:
Mas adorei a ripada na Monsanto e tinha que publicar. Tomara que o Brasil reaja agora com mais firmeza à manipulação das grandes empresas. Não só de alimentos.
enviado por boletim@aspta.org.br | http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-transgenicos/boletim/
Embrapa lança no MT ‘Soja Livre’ para combater transgênicos da Monsanto
A Embrapa, juntamente com a Associação dos produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), lançaram em 9 de novembro o ‘Programa Soja Livre’, que visa ampliar a distribuição de sementes convencionais e reduzir progressivamente o plantio de sementes transgênicas no estado. As informações são da Rede Brasil Atual.
O ‘Soja Livre’ será iniciado com a implantação de unidades de demonstração de 18 variedades convencionais em todo o estado, que é o principal produtor de soja do país. Atualmente, cerca de 30% da produção de soja do Mato Grosso é convencional.
A utilização de sementes não modificadas sofreu grande redução nos últimos anos devido à falta de fornecimento. As grandes empresas nacionais fornecedoras das sementes convencionais foram absorvidas por multinacionais como a norte-americana Monsanto, que fornece sementes geneticamente modificadas resistentes aos seus próprios venenos e não às condições climáticas ou insetos.
“Existe uma demanda dos próprios agricultores por mais opções de variedades convencionais. Com isso, a Embrapa volta ao mercado de Mato Grosso, do qual ficamos fora durante muito tempo”, afirma Lineu Domitti, chefe de comunicação e negócios da estatal no estado.
Segundo técnicos da Embrapa, vários países, em especial os europeus, exigem comprar a soja que não tenha alteração genética. “Todo mundo começou a focar no transgênico porque não tinha um mercado que valorizasse o convencional”, destaca Glauber Silveira, presidente da Aprosoja. “Agora, com esse mercado valorizado, começa a ser vantajoso voltar a produzir (a variedade sem modificação genética)”.
A Embrapa espera que os próprios agricultores voltem a possuir seus bancos de sementes, e não depender mais dos estoques das multinacionais, revertendo a atual escassez do estado.
Fonte: Jornal Hora do Povo, 17/11/2010
Sobre a AS-PTA, entidade que luta por um Btasil livre de transgênicos:
"A AS-PTA tem como missão apoiar a construção de capacidades políticas e institucionais de organizações da agricultura familiar para que elas assumam de forma crescente o protagonismo na formulação e defesa de padrões de desenvolvimento rural que associam a equidade social, a viabilidade econômica e a conservação dos recursos ambientais.
Ao assumir para si essa missão, a AS-PTA incorpora em seu enfoque estratégico o desafio de promover transformações no mundo rural brasileiro com base nas iniciativas dos atores sociais coletivos organizados desde o âmbito local até o nacional. Desse ponto de vista, os Programas de Desenvolvimento Local da AS-PTA constituem espaços de exercício de enfoques inovadores de construção do conhecimento agroecológico orientados para a constituição de redes sociais conformadas por agricultores-experimentadores responsáveis pela emergência de projetos locais de ocupação e uso dos territórios rurais.
Com base nessa concepção estratégica, a AS-PTA coloca no seu horizonte de longo prazo a construção de uma sociedade rural assentada num forte e dinâmico setor de agricultura familiar viabilizado pelo acesso equânime aos recursos naturais e por um modelo produtivo orientado pelo paradigma agroecológico.
Atuando nas temáticas da promoção da agroecologia e do fortalecimento da agricultura familiar, a AS-PTA desenvolve programas locais na região que integra municípios do Centro-Sul do Paraná e do Planalto Norte de Santa Catarina (Sul do Brasil), no Agreste da Paraíba (Nordeste do Brasil) e na cidade do Rio de Janeiro, com o Projeto de agricultura urbana. Através da vinculação a redes da sociedade civil e da participação em diferentes espaços públicos, a AS-PTA mantém também uma presença efetiva no plano nacional."
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