segunda-feira, 29 de junho de 2009

Afinal, a quem pertence a água? Às cervejarias?



Copio integralmente, abaixo, o post de Carol Daemon no blog Menina do Dedo Verde. Depois de ver esse filme, fiquei mais convencida ainda de que não passa de palhaçada a campanha para economizarmos água no banho, na cozinha, na mangueira. A gente se enchendo de consciência ecológica enquanto as fábricas de cerveja e refrigerante enchem suas garrafas e latinhas aos milhares, todos os dias, nas barbas de todo mundo! Isso é lícito?

Flow - por amor à água
Site oficial do documentário que retrata a degradação e desertificação de uma cidade devastada após instalação de fábrica da Coca-Cola.
Os recursos hídricos da região, viraram refrigerante, que nós inocentemente consumimos.
Se há alguma fábrica de bebidas em sua cidade, é para refletir que a água utilizada venha dos mananciais da região e, quando acabar, a empresa não assume a responsabilidade e instala nova fábrica em outro lugar - com isenção fiscal, já que gera empregos.
Quem paga a conta, são os que ficam: a população local com solos erodidos e poços artesianos secos.
A pergunta que o site faz e eu não consegui responder:
"CAN ANYONE REALLY OWN WATER?"
(Alguém pode realmente apropriar-se da água?)
Não deixe de visitar o link "take action" do site, há muita informação disponível.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sopa de feijão-preto para rins e adrenais: elixir de inverno

Esta receita de sopa é tradicional no Oriente por fortalecer os rins e as glândulas adrenais, ou suprarrenais - aquelas responsáveis por nos dar condições de reagir em situações de stress. O inverno é o grande momento de dar atenção aos rins. Quem sente muito frio pode estar demonstrando fragilidade nessa área. A sopa de feijão-preto, além de ser deliciosa, aquece o corpo e seu efeito dura vários dias. Pode ser repetida uma vez por semana, mas não deve ser guardada na geladeira: a recomendação é tomá-la à vontade, mas num dia só.

1 xícara de feijão-preto
1 cebola média picada
1/2 colher (café) de sal
1/2 colher (café) de cúrcuma em pó
1/2 colher (café) de gengibre em pó
1/2 colher (café) de cominho em pó
1/2 colher (café) de pimenta-do-reino em pó
1 colher (café) de sementes de funcho

Deixar o feijão de molho na véspera, trocando a água. Llevar ao fogo e descartar a água da primeira fervura. Cozinhar em panela meio tampada durante 2 ou 3 horas, juntando água se necessário. Acrescentar os temperos quando o feijão estiver macio, refogando em azeite ou direto na água. Servir com salsa e cebolinha picadas, ou coentro, e pronto. Tomar o quanto quiser no mesmo dia, se possível mantendo a sopa quente em banho-maria; não guardar a sobra.

Esta receita está no livro AMIGA COZINHA, que chega às livrarias em julho.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sabão e detergente feitos em casa


Alguma coisa me levou ao site do Bairro Demétria e lá tropecei nestas receitas de produtos de limpeza ecológicos. Vou experimentar duas, que copio abaixo, mas tem muito mais lá.

Desenho de Cesar Lobo na cartilha de alimentação em quadrinhos João e Maria

SABÃO LÍQUIDO PARA LOUÇA

2 litros de água
1 pedaço de sabão caseiro ralado
1 colher de óleo de rícino
1 colher de açúcar

Ferver todos os ingredientes até dissolver o sabão; engarrafar.

DETERGENTE ECOLÓGICO

6 litros de água
1 pedaço de sabão de coco neutro
2 limões
4 colheres de sopa de amoníaco

Derreta o sabão de coco, picado ou ralado, em uma panela com um litro de água fervendo. Acrescente cinco litros de água fria. Esprema os limões e coloque o amoníaco. Misture bem. Guarde em garrafas.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Parir é normal 2: O trabalho do médico Galba de Araújo

José Galba de Araújo nasceu no Ceará em 1917. Graduou-se em Medicina na Bahia, em 1941, e fez pós em ginecologia e obstetrícia em Chicago. Tornou-se um dos mais conceituados obstetras de Fortaleza e era defensor veemente do parto natural. Trabalhou para melhorar justamente o que a ala medicalizante não quer: o parto domiciliar.

Apostou na simplicidade e no respeito aos costumes da população, tão carente de assistência básica. Visitava as comunidades, identificava e reunia as parteiras para ensinar procedimentos simples que evitam infecções, como a higienização da tesoura e do corte do cordão umbilical. Aliou-se a elas, dando-lhes migalhas do seu enorme conhecimento. As migalhas fizeram a diferença.

A página é do Ministério da Saúde. Fala do Prêmio Galba de Araújo, que reconhece e premia as unidades do SUS que desenvolvem e se destacam na humanização do atendimento à mulher e ao recém-nascido, estimulam o parto normal e o aleitamento materno.

Falando nisso: "As enfermeiras obstetras são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde como as profissionais mais apropriadas para o acompanhamento do parto normal sem distócia (sem complicações). Os motivos pela preferência das enfermeiras são claros. Elas permanecem o tempo todo nos hospitais e maternidades e podem acompanhar as gestantes em tempo integral, fazendo com que o parto e o nascimento de seus filhos seja uma experiência positiva, representando um milagre da vida, não um salto no escuro." Izabel Christina de Mello de Brito e Rosa Sato, enfermeiras obstétricas doutoradas, em Brasil Medicina.

Parir é muito normal



Como se sabe, a Casa de Parto David Capistrano, no Rio, foi fechada porque não tinha médico. Briga de cachorro grande: município e governo federal discordam do estado, que aparentemente está do lado do corporativismo médico. Imagina que abuso essas mulheres acharem que se pode parir sem médico!!!!!

Fica demonstrado com o desenho magistral de Cesar Lobo (da cartilha Leite de Mãe) que a mulher sadia pode parir do jeito que a natureza manda. Se houver problemas na gravidez, vai para um hospital; se não houver, fica aos cuidados de boas parteiras ou enfermeiras obstetras, em casas especialmente projetadas para esse acolhimento mais natural.

Quem estiver a fim de apoiar, venha participar da Caminhada pelo Parto Normal e pelo Direito à Informação: domingo, dia 21 de junho, às 9 horas, no Leme.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sanduíche

Deve ser velha como a humanidade a vontade de comer "qualquer coisinha" - essa coisinha significando algo leve e gostoso, suficiente para satisfazer uma fome pequena. Para não sujar as mãos nessa hora, os japoneses enrolaram coisinhas numa folha feita de algas marinhas e inauguraram o sushi. Árabes e hindus desenvolveram o pão boina, chatinho e oco por dentro, sob medida para abrigar recheios molengos como pasta de grão-de-bico, de lentilhas ou beringela. E um tal de Lord Sandwich virou lenda ao permanecer vinte e quatro horas numa mesa de jogo, comendo durante esse tempo fatias de carne entre duas torradas, algo muito extravagante na época. Eis aí o nosso sanduíche.

Muita pedra rolou até surgir o sanduíche natural, ali por 1970, que chegou com uma aura de "tudo que é natural faz bem". Levava pão integral e recheios naturebas substituindo os tradicionais rosbifes, salames, presuntos e mortadelas: ricota com cenoura ralada, ricota com ameixa preta, ricota com brotinhos de alfafa... Muita ricota! Aí, alguém decidiu que atum de lata e maionese também eram naturais, então surgiu o sanduíche natural de atum, e a palavra “natural” ficou desmoralizada para todo o sempre.

Pois aqui estão umas receitinhas de sanduíches (não vou dizer naturais, embora o sejam) diferentes e muito saborosos. O melhor pão para eles é integral, feito de farinha fresca, moída em moinho de pedra, sorte de quem encontrar. Guardado na geladeira e levemente torrado para o sanduíche. E os recheios, vamos lá:

Cheiro verde temperado: tem salsa e cebolinha fresca em casa? Experimente cortar miúdo, mais salsa do que cebolinha, somente a parte verde; tempere com azeite de oliva extra- virgem, uma pitada de sal e gotas de limão; guarde tampado na geladeira, melhor num pote escuro. Dura até uma semana, e você põe um pouco em sua comida ou recheia seu sanduíche na hora em que bem entender. São folhinhas gostosas que nutrem o sangue, limpam o tubo digestivo, regulam a acidez, combatem micróbios e mais...

Cogumelos shiitake com cebolinha verde: corte fora os talos dos cogumelos frescos, lave e enxugue se for necessário e refogue em pouco azeite, ou óleo de gergelim, um minuto de um lado, um minuto do outro, mais um minuto num molho com partes iguais de shoyu, água e vinho branco ou saquê doce. Retire os cogumelos, coloque no molho a cebolinha verde, cortada em pedaços grandes e incluindo a parte branca; deixe ferver uns minutos. Arrume os cogumelos no sanduíche e ponha a cebolinha com molho por cima.

Purê de abóbora com verdinhos frescos: a melhor abóbora para isso é a japonesa. Basta cozinhar - com casca - e amassar com o garfo, para depois temperar com azeite, limão e sal e completar com salsa e cebolinha picadas, ou outras folhinhas como manjericão ou hortelã. É meio doce, mas é salgadinho também.E a casca, sem os crocotós que às vezes tem, é muito saborosa e de textura interessante.

Mexicano (feijão preto, pimentão, tomate, azeite, coentro): sobrou feijão? Amassar no garfo, misturar com pedacinhos de pimentão e tomate, coentro picado, azeite e uma pimentinha para dar um clima. Pode substituir por qualquer tipo de feijão, lentilha, grão-de-bico.

Mediterrâneo (folhas diversas, tomatinhos, azeitonas, rabanetes e molho): rasgue as folhas em pedaços pequenos, abra os tomatinhos e retire as sementes, corte os rabanetes em rodelas, descaroce as azeitonas e misture. Junte salsa e cebolinha picadas. Tempere com azeite extra-virgem, alho bem socado, um toque de mostarda, sal e limão ou vinagre (balsâmico, de vinho, de maçã, de arroz).

Maionese de cenoura: cozinhe duas cenouras médias em pouca água, ou no vapor, pique e bata no liquidificador com uma colher de azeite, um dentinho de alho, uma pitada de sal e outra de noz-moscada. Ela substitui bem a maionese convencional e funciona sozinha como recheio. Também é uma delícia como molho de macarrão e de salada, e dura bastante na geladeira. Combina muito com o cheiro verde temperado, você vai ver...

Do livro Paixão emagrece amor engorda

sábado, 13 de junho de 2009

Almanaque do banheiro: Alô, herpes? Tchau tchau!

Só quem tem herpes sabe o inferninho que é. Tenho de vez em quando e quase sempre consigo localizar a causa. A penúltima foi um vinho que caiu mal no fim de um dia de viagem, o corpo não deu conta. Sorte que estava na casa da minha querida amiga Susana Ayres, acupunturista, que quando soube me deu a dica perfeita: banhar o local com a fumaça da moxa, ou seja, acender o bastão de moxa e deixar a fumaça inundar a região afetada.

- Mas vou tratar calor com calor?, me espantei; em medicina tradicional chinesa geralmente se trata o quente com o neutro ou o fresco, e herpes é um sintoma de calor/umidade. - Nesse caso sim, respondeu ela. Depois a Denise Moraes, acupunturista de Itaipava, me disse que para hemorróidas este banho de fumaça também é um sucesso.

Foi. No dia seguinte não tinha mais nada. Fiquei até esperando um pouco para confirmar, porque às vezes o herpes quer sair de qualquer jeito - você passa alguma coisa nele, desaparece dali mas surge em outro lado. Pois este desapareceu de fato.

Moxa é a folha da artemísia pilada até virar uma lãzinha. Pode vir solta ou prensada em forma de pequenos cones ou bastões. O bastão é bem fácil de usar. Basta descascar a embalagem, pôr fogo na ponta e aplicar aproximando cuidadosamente da pele no local indicado. Serve para muitos tipos de dor também, cólica menstrual e uma infinidade de sintomas, desde que se saiba em que pontos usar. O nome do processo é moxabustão.

Contei o caso para minha médica homeopata, a Vanize Eyer, que também é rápida no gatilho e já foi me dando outra receita: um creminho com florais - Spinifex, Linum, Fringed Violet e Crab Apple. Mandei fazer e guardei. Outro dia comprei um frango como caipira, puro engano; comi e deu herpes. Pois passei o creminho e não senti mais o desconforto. Em dois dias a erupção sumiu.

Ô coisa boa!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Bem faz quem desconfia de certas pesquisas

Assinei e recomendo o blog da nutricionista Denise Carreiro, que traz notícias importantes para leitores atentos. Vejam esta:

Quinta-feira, Junho 04, 2009

Cientistas admitem omissão em artigos, diz estudo
Da Agência Estado, em 04/06/09.

Até 34% de cientistas estrangeiros admitem ter realizado práticas de pesquisa questionáveis, como omitir novos resultados que colocariam em xeque trabalhos anteriores ou descartar certas informações obtidas em experimentos por uma percepção subjetiva de que estão incorretas. Foi o que mostrou uma revisão sistemática de artigos sobre má conduta científica realizada por Daniele Fanelli, do Instituto para o Estudo da Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Cerca de 2% dos pesquisadores chegaram a confessar que já fabricaram, falsificaram ou adulteraram dados para melhorar os resultados das suas publicações. A íntegra pode ser lida na revista digital "Public Library of Science ONE". Daniele examinou 3.276 pesquisas que tratam de desvios éticos. Separou 22 artigos publicados nos últimos 23 anos. Todos reúnem dados de questionários respondidos livre e anonimamente pelos próprios cientistas. Os estudos foram escolhidos por usar metodologias semelhantes que possibilitam a consolidação dos resultados.

Segundo a revisão sistemática, cerca de 14% dos estudiosos conheciam alguém que tinha fabricado ou adulterado voluntariamente dados. Até 72% disseram ter testemunhado outras práticas de pesquisa reprováveis menos graves. Casos de plágio foram ignorados, pois o trabalho analisou somente desvios éticos. Daniele afirmou à reportagem que a pressão do "publique ou pereça", que obriga os pesquisadores a produzir continuamente artigos científicos, explica boa parte dos deslizes.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Leite de mãe



Conheci Cesar Lobo em 1985, no lançamento do meu livro Deixa sair. Logo viramos amigos de infância e parceiros profissionais. Do nosso segundo encontro saiu o esboço da cartilha João e Maria, e logo depois fizemos Leite de Mãe.

João e Maria já estava no site da Correcotia há muito tempo; Leite de Mãe só ascendeu à vida online agora. Espero que vocês curtam tanto quanto nós.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Panelas boas



Investir em boas panelas é o tipo da coisa que vale a pena. Além de durarem a vida inteira, ainda podem ficar de herança. Panela que foi de mãe vira pessoa da família.

As melhores panelas que conheço são de pedra-sabão, feitas em Minas. Há de todos os tamanhos e formas. As mais sofisticadas têm um aro de cobre em volta e alças que facilitam o manejo. Como a pedra-sabão é porosa, as panelas precisam de cura antes de usar. Muito fácil. Basta passar óleo de cozinha por fora e por dentro, encher de água e colocar no forno baixo durante uma hora e meia. A tampa também é untada. Repetir o processo no dia seguinte e pronto, eis uma nova atração na cozinha.

Tenho várias. Uma delas, enorme, há quase trinta anos. A tampa já perdeu pedaços, mas na hora de um almoço grande dá-se um jeito e ela vai, linda, à mesa. Foi das primeiras que comprei quando comecei a cozinhar, fazendo as receitas simples que caracterizam a macrobiótica. Pouca água, pouco óleo, pouco sal. O sabor de cada alimento preservado e realçado pelo cozimento brando. A panela de pedra é a única em que você pode, por exemplo, refogar cebolas até elas ficarem realmente transparentes e macias, porque é grossa por igual, no fundo e nos lados, e o calor envolve perfeitamente a comida.

As panelas de pedra menores tocam o arroz e o feijão de cada dia, as cenouras cozidas sem água, as folhas verdes perfeitamente refogadas. Economizam gás, já que continuam cozinhando depois que se desliga o fogo. Uma chapa de pedra serve para fazer peixe, carnes, cogumelos. Alô, cozinheiras(os) distraídas(os): na pedra, a comida raramente queima.

Se são práticas? Bem, mais ou menos. Pesam. Não podem ir do fogão para o mármore porque racham. Nem ser lavadas com detergente, só mesmo esponja e sabão de coco. Mas isso não é nada perto do conforto que dão quando estão de serviço. O tempo é outro, mais calmo. Claro que panelas de aço inox são mais práticas e também duram a vida e a herança. O mercado está cheio delas. São grossas no fundo e também dos lados? Ótimo, pois as que têm só o fundo grosso e as laterais finas não fazem a cozinheira feliz.

Na sequência das panelas brasileiras vêm agora as de barro queimado do Espírito Santo e da Bahia, rainhas e princesas de moquecas e ensopados, de carnes cozidas longamente. Boas e frágeis, não tão grossas quanto as de pedra e mais delicadas também no trato, pois quebram com facilidade.

As de ferro? Mais trabalhosas. Numa cozinha a lenha autêntica, trabalham todo dia e quase não dá tempo de enferrujar. Mas na cozinha moderna, a manutenção é chatinha – lavar, secar ao fogo, untar com óleo. O ferro muitas vezes muda o sabor e a cor da comida. Duram e ficam de herança, o perigo é irem parar no meio do jardim cheias de dinheiro-em-penca dentro. Já as europeias de ferro esmaltado são outra coisa. Nada a ver com as nossas levezas de ágata. Grossonas, pesadonas, confiáveis, fáceis de manter, cores lindas e uma infinidade de formatos. As tampas não deixam escapar vapor. Não racham e o esmalte dificilmente gasta ou estoura. Mas custam uma pequena fortuna, por isso tenho uma só, que chamo de A Bonitona. Ela merece.

As de alumínio têm um problema sério: soltam partículas que vão se acumular na medula óssea e produzir uma intoxicação com poder de afetar o cérebro e maltratar todos os sistemas do corpo.

E as antiaderentes? Sem dúvida as piores, sinto muito. O revestimento é radiativo e libera um tipo de gás que chega a matar passarinhos. A indústria que patenteou essa invenção está sofrendo milhares de processos sob a acusação de não prevenir o público quanto aos riscos do uso constante.

Tsc, tsc, tsc. Diante de certas modernidades, nada como voltar à idade da pedra.

Do livro Amiga Cozinha, no prelo. Ilustração Celina Gusmão.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Panela antiaderente na fogueira

Uma corte federal de justiça norte-americana rejeitou, depois de quatro anos de idas e vindas, um grupo de 22 ações consolidadas contra a DuPont, indústria química e de artefatos domésticos dos Estados Unidos. Os 22 processos alegam que a DuPont soube por mais de 20 anos que as panelas contendo o antiaderente da empresa, popularmente conhecido como teflon, poderia deixar as pessoas doentes, mas omitiu a evidência. A justiça não entrou no mérito; rejeitou por critérios de técnica processual.

As ações mostram que, quando aquecidas a temperaturas normais de cozimento, panelas com revestimento antiaderente liberam partículas tóxicas que põem em risco a saúde dos consumidores. Dessas, a pior é o ácido perfluoroctanoico, conhecido como PFOA. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) afirma que o PFOA causa câncer em seres humanos. Um estudo realizado recentemente por seus técnicos mostrou que esse ácido está presente em 90% da população norte-americana.

Diz o dr Mercola, de cujo site traduzi a notícia acima: Não permita que ninguém diga que as panelas revestidas com Teflon não são seguras. São perfeitamente seguras, a menos que você decida aquecê-las.

Repúdio ao fechamento da Casa de Parto, no Rio

A Casa de Parto David Capistrano Filho, que faz um trabalho de alta qualidade em Realengo, no Rio de Janeiro, foi fechada arbitrariamente na quinta-feira passada, dia 4, por orientação da Vigilância Sanitária Estadual. Alegação: falta de médico.

Fico sabendo através de Ruth Mesquita e repasso:

A Casa de Parto foi inaugurada há cinco anos por um esforço de mulheres e enfermeiras obstetras (Iraci, Jane , Maysa, Luciane Nêga, etc...) e da Secretaria Municipal de Saúde - SMS, com o apoio do Ministério da Saúde, como um local onde as mulheres que não tivessem qualquer risco obstétrico durante o pré-natal pudessem parir em suítes com banheiras e acompanhadas de seus maridos.

Não era mesmo para ter médico. Toda a atenção à parturiente é prestada por enfermeiras. Até a diretora da unidade é enfermeira. É um modelo - que se tem na Holanda, Canadá, Japão e outros países - de empoderamento e respeito à autonomia das mulheres de escolherem como parir, e de retorno ao feminino, já que o parto passou no último século a ser um evento medicalizado e hospitalizado, quando na verdade é fisiológico. Essa hospitalização é uma das causas das assombrosas taxas de cesareana que temos hoje no Brasil.

A luta é política e corporativa, já que o Cremerj vem tentando fechar a Casa desde que ela surgiu, alegando que as mulheres podem morrer porque não há médico (como se elas não morressem de parto nos hospitais, por serem mal assistidas). A SMS mantém uma ambulância 24 horas no quintal da Casa de Parto, e ao menor sinal de qualquer alteração a mulher é removida para a Maternidade Alexander Fleming, que está a oito minutos da Casa.

Hoje foi realizado um grande ato com as Faculdades de Enfermagem, Conselho de Enfermagem e principalmente os casais que tiveram seus filhos lá nesses cinco anos. Abraçaram a casa. Foi emocionante. Passou no RJ TV da hora do almoço.

Para apoiar a reabertura da Casa do Parto e o direito da mulher parir de um modo sadio, acesse o site da Parto do Princípio e assine o abaixo-assinado online.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Almanaque do Banheiro - Vermes, alho e creosoto


Recebo da leitora Kate, lá nos comentários sobre vermes, uma boa pergunta: Será que o molho de alho que compramos pronto funciona contra os vermes? E Creolina?

Trago também para cá a resposta:

Oi, Kate, o molho de alho pronto que eu conheço tem mais vinagre do que alho, e vinagre é para usar pouco, de boa qualidade e bem. Se não, melhor limão.

Se você quer algo com alho para colocar na comida, sugiro azeite de alho: num vidro, se possível escuro, coloque dentes de alho descascados preenchendo 1/3 e complete com azeite extravirgem. Deixe no fundo do armário durante 30 dias, coe e desfrute.

Também pode deixar o alho picadinho de molho no shoyu durante a noite e consumir no dia seguinte.

Ou simplesmente amassar o alho cru e misturar com azeite.

A creolina é um produto químico que inclui um tipo de creosoto. Funciona como desinfetante de uso externo. Conheço duas formas populares de seu uso contra vermes: há quem misture uma colherinha na água e beba; há quem pingue na farinha de mandioca e cada gota vira uma pílula; não recomendo.

Mais adequadas para uso interno, existem no Brasil as pílulas de creosoto Monte Serrat, feitas com creosoto de faia, que entre outras coisas são expectorantes, e nas farmácias japonesas se encontra o Seirogan, outra fórmula com creosoto, usadíssima quando há algum problema de estômago e intestino. Como intestino e pulmões funcionam juntos, e como muitas vezes os vermes que se desenvolvem no intestino fazem seu ciclo através dos pulmões, tratar de um ajuda o outro.

Lembrei agora dos versinhos que lia no bonde:

Veja, ilustre passageiro,
O tipo belo e faceiro
Que tem o senhor a seu lado
E no entanto acredite
Quase morreu de bronquite
Salvou-o o Rum Creosotado!