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segunda-feira, 7 de junho de 2010
Comer bem: Temperinho bom demaisss
Há muito tempo eu não via um temperinho assim tão bom, desses que combinam com tudo, do bacalhau ao simples inhame cozido. Diz que é de hibisco verde, mas vem tão bem acompanhado que descobrir o sabor do hibisco é um prazeroso desafio, vejam só: alho, alecrim, tomilho, orégano, manjerona, segurelha, manjericão, alfavaca, gengibre, pimenta desidratada, coentro e ácido cítrico. Serve para cozinhar ou apenas botar por cima da coisa pronta. Nham nham! O site do produtor indica as lojas que o revendem pelo Brasil afora.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Comer bem: Nem de menos, nem demais
Ando sempre às voltas com a idéia de temperança, palavrinha simpática que tem a mesma raiz de tempero, sem o qual a vida fica muito sem graça. Mas também não pode ter demais. Deu para sentir a delicadeza da questão? O bacalhau vem salgado, põe-se de molho para tirar o sal, depois se acrescenta um pouco de sal de novo, ele fica ótimo, e essa é a arte de temperar.
Temperam-se também coisas incomíveis, como o aço, liga de ferro e carbono que vai ao fogo até ficar candente e depois é mergulhada em água fria para ganhar sua famosa têmpera. Idem com o vidro temperado, duro e difícil de quebrar. Do clima se diz que é temperado quando há nitidez na diferença entre as estações do ano.A música que mais ouvimos é produzida no sistema temperado, em que a escala musical tem intervalos bem determinados. E de uma pessoa que dá chiliques por qualquer coisa se diz que é destemperada, ou tem mau temperamento.
Mas meu caso é mesmo com a comida, essa experiência diária de prazer e satisfação que também precisa de tempero, não o dos vidrinhos, mas o da consciência. Por exemplo, para comer só a quantidade adequada à necessidade do momento.
Comer demais é uma das maiores burrices da vida, além de ser também um desperdício: sobrecarrega a digestão, entorpece a mente, engorda, prende o intestino, vira doença. Às vezes é vício – nem existe propriamente fome, mas uma enorme, imensa, incontrolável vontade de comer. Às vezes é apenas desejo de viver coisas gostosas, como a sensação do chocolate derretendo na boca ou o croc croc das batatas fritas, uma após a outra, até o pacote acabar. E a indústria de alimentos, ou antialimentos, não tem dó: junta o chocolate com um recheio crocante que só começa a satisfazer depois de se comer vários pedacinhos – cinco, seis, dez – e por que não a caixinha toda?
Com bebidas o excesso também é fácil. Mesmo sem desejo, nos restaurantes há um comportamento automático de pedir algo para acompanhar a pobre e solitária comida, algo geralmente com gás, sabor e/ou álcool. Todos os médicos, nutricionistas e pessoas de bom senso sabem que isso não convém, atrapalha o suco gástrico, dificulta a digestão, mas o garçom chega sorridente perguntando o que se vai pedir para beber e a resposta quase nunca é Nada. E se é, ele devolve a pergunta muito espantado: Nadinha?!
Em busca de iluminação no assunto, leio o capítulo sobre temperança no Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, do filósofo contemporâneo André Comte-Sponville (ed. Martins Fontes). Começa bem, dizendo que não se trata de não desfrutar, nem de desfrutar o menos possível, já que isso não seria virtude, mas tristeza; não temperança, mas ascetismo; não moderação, mas impotência. Trata-se de desfrutar melhor. “A temperança, que é a moderação nos desejos sensuais, é também a garantia de um desfrutar mais puro ou mais pleno. É um gosto esclarecido, dominado, cultivado”. Em vez de escravos, passamos a ser senhores de nossos prazeres, diz ele. E quem desfruta com liberdade também desfruta da própria liberdade, ao passo que o intemperante é prisioneiro de seus desejos ou hábitos, de sua força ou sua fraqueza.
Cita um grande pensador do século 17, Baruch Spinoza, para quem é próprio dos sábios usar as coisas da natureza e ter nisso o maior prazer possível, mas sem chegar ao fastio, o que não é mais ter prazer. E coloca a temperança como um meio para a independência, assim como esta é um meio para a felicidade: “Ser temperante é poder contentar-se com pouco. Mas não é o pouco que importa: é o poder, e é o contentamento”.
Aprendo que não é o corpo que é insaciável. A falta de limites do desejo é que nos condena à insatisfação, à falta, à infelicidade, como uma doença da imaginação. Se tivermos sonhos maiores que a barriga, vamos censurá-la pela sua pequenez, diz Sponville. Em vez disso, os sábios estabelecem limites. Minha mãe, que era sábia, dizia: Do bom, pouco.
Fica então a proposta na minha cabeça: unir dieta e liberdade, bons hábitos e grandes prazeres, o útil e o agradável. E que os santos comilões e beberrões me ajudem.
Do livro Paixão emagrece, amor engorda
domingo, 20 de setembro de 2009
Molhos Myriam
Cada casa tem sua tradição culinária, feita tanto de pratos especiais quanto de pequenos detalhes que marcam. Na casa de minha irmã Myriam, a comida é sempre um ponto alto. Mas o que mais me chama a atenção, pelo sabor e pela perfeição do efeito, são os molhos de salada que ela faz.
Molho de salada costuma ter a mesma receita básica em qualquer lugar do mundo – azeite, sal, limão ou vinagre, um pouco de mostarda para quem gosta, um dentinho de alho amassado. Os que minha irmã faz não fogem à regra, mas inovam. Por exemplo: ela desfolha o maço de agrião, mistura os raminhos com as outras folhas na saladeira e, em vez de jogar fora os talos grossos, inventa picá-los em rodelas miudinhas. Por cima delas é que vai construindo o molho, com suco de limão, sal, um tanto de azeite, outro de água e uma pitada de açúcar ou um pinguinho de mel.
Pra que açúcar?, vou logo implicando. Para tirar a acidez, diz ela, que me escondeu esse segredinho durante muito tempo. Fez bem. E eu me sirvo das folhas, ponho por cima duas ou três colheradas do molho e me refestelo. Não fica oleoso, como quando se coloca o azeite direto no prato, nem corre o risco de ter sal demais. Não fica ácido nem doce. E o sabor agradável dos talos de agrião vai se misturando adequadamente a cada bocado e levando suas precio-sas fibras para onde elas têm que ir. O mesmo molho, Myriam faz com talos de aipo, também chamado salsão. Fica tão bom que se come mais salada só para comer mais molho.
O terceiro e último invento dessa série é seu famoso molho de rabanetes, lavados com a ajuda de uma escovinha e cortados em rodelas muito finas, e aí tem truque: não cortar a raiz, como se costuma fazer logo de início, pois é nela que vai ser possível segurar para conseguir firmeza no corte até o fim. O caldo, abundante, fica rosado. O rabanete não arde na boca e até as crianças acham muito bom.
Outro dia cheguei de visita, sentamos para comer e fui direto ao prato quente. Tem um molho novo, ela anunciou. Como o tempo estava muito frio, a salada não me apetecia tanto. Mas lá pelas tantas ela mencionou o molho de novo e eu me senti no dever de me submeter à experiência. Folhas frescas variadas, como de costume, e na molheira um creme clarinho, quase branco, que à primeira vista não me sugeria nada. O cheiro era bom. Que será?, pensei. Duas, três, quatro garfadas. Eu sentia o sabor leve e gostosíssimo dos temperos de sempre – limão, mostarda, alho, azeite – mas não atinava com o ingrediente especial que estava ali dando a liga. Quando repeti, e ela teve certeza de que eu não ia mesmo adivinhar, revelou com grande satisfação e até orgulho: Inhame!
Inhame?, repeti feito boba, eu que já fiz quase tudo com inhame, que divulgo o inhame há tantos anos, que advogo inhame no lugar da batata. Inhame, ela assentiu. E explicou que, nas férias, com a casa cheia de filhos e netos, achou mais prático fazer logo um litro de molho básico batido no liquidificador. Fez, o sabor era bom, mas faltava consistência. Consistência, consistência, pensou na batata, e por que não inhame? Depurativo do sangue, bom para o sistema imunológico, de sabor neutro, cozinhou dois ou três e bateu junto. Pronto, estava inaugurado um novo molho. Que, a meu pedido, fez de novo, desta vez anotando as quantidades.
Ficou assim a receita de um litro:
300 gramas de inhames cozidos e descascados
1 xícara de chá de azeite
1 1/2 xícara de água
1 colher (sopa) de mostarda
1/2 cebola média picada
1 ou 2 dentes de alho
1/2 limão grande espremido
sal e cheiro-verde (salsa e cebolinha) a gosto
1/2 colherinha (café) de açúcar ou mel.
Opcionais: orégano, pimentão, vinagre balsâmico (1 colher pequena), manjericão, páprica.
Bater tudo no liquidificador até obter um creme homogêneo. Guardar na geladeira, em vidro grande, e ir tirando aos poucos.
Nome? Maionese de inhame.
Duvido que alguém não goste.
Ilustração Celina Gusmão para o livro Amiga Cozinha
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Temperando o papo pra cozinhar o galo
Sem tempero, não dá. Não dá e já não deu há muito tempo, tanto que quase todo mundo põe alho e louro no feijão, quiçá pimenta; alho e cebola no arroz, talvez tomate, minha mãe, louro; e assim orégano na pizza, pimenta no acarajé, coentro no peixe, cravo no doce, canela na banana, limão na salada. Por quê? Porque é bom.
Bom na hora em que cheira, já fazendo salivar de gosto e abrindo perspectivas deliciosas para dali a pouco. Bom dentro da boca, estimulando o apetite com mais suco gástrico. Bom depois de comer, o corpo leve e a alma tranquila: pode-se repetir aquele prazer sem dor.
Os temperos, ou condimentos, ou especiarias, caracterizam-se por algum sabor ou aroma especial da planta que é atraente para nós e repelente para outros animais e insetos. Podem ser sementes, como erva-doce, cominho, mostarda, cardamomo; folhas frescas ou secas, como manjericão, alecrim, tomilho, salsa; bulbos, como alho e cebola; frutas, como limão, manga, laranja, romã; cascas, como canela; rizomas, como gengibre; partes da flor, como cravo e açafrão. O segredo é não usar em excesso. E não usar mal: o alho, por exemplo, nunca deveria ser dourado – perde o efeito benéfico e dá bafo.
Pelo menos 40 temperos têm grande presença no mercado internacional. Outros 100 têm uso mais regional, sozinhos ou em misturas que dão sabor característico àquela culinária.
Sentir o verdadeiro sabor de curry, por exemplo, é privilégio dos que vão ao sul da Índia, ao sul da África, à Malaísia ou ao Sri Lanka. Ele vem das folhas frescas de uma árvore nativa, a Karivepallai or Kadipatta (Bergera koenigii), que os ingleses chamam de Curry tree. É leve e agradável e lembra um pouco a tangerina.
Já o que conhecemos por aqui como curry, aquele pó amarelo em latinhas ou pacotinhos made in India, tem um sabor meio padronizado que nos acostumamos a reconhecer como o tempero indiano por excelência, ou seja, curry. Só que na Índia existem mil receitas de curry. Que nem se chama curry, mas garam masala no norte da Índia e sambaar podi no sul.
Uma receita de curry em pó:
2 colheres (sopa) de sementes de coentro
1 de sementes de cominho
1 de sementes de cardamomo
1 de cúrcuma (açafrão-da-terra) em pó
2 colheres (chá) de páprica doce ou picante
1 de canela em pó
1 de cravo
Moer ou bem fino em máquina ou pilão, misturar e guardar em vidro tampado.
Ah, você tem uma receita de curry diferente? Tudo bem, não há regra: na Índia, cada família faz a mistura de um jeito, que também varia conforme o prato a ser preparado. O cominho e as sementes de coentro geralmente estão presentes. E não deve faltar cúrcuma, aquele pó amarelo-alaranjado que dá cor a qualquer coisa, do queijo cheddar à roupa dos monges, e é bom para a pele, protege o fígado, atua contra o câncer, realça o sabor da comida, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatório, antioxidante, calmante e protetor do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que é saboroso e perfumado.
Todos esses temperos evitam gases, que se formam quando o processo de digestão da comida não consegue dar conta de tudo o que se comeu. O que sobra vira muco, fermenta e forma bolhas de gás por todo o tubo digestivo, provocando ansiedade, falta de concentração, nervosismo, mal-estar, dores e até soluços, entre outras coisas. Caiu a ficha? Temperar é preciso. Comer, nem sempre.
Bom na hora em que cheira, já fazendo salivar de gosto e abrindo perspectivas deliciosas para dali a pouco. Bom dentro da boca, estimulando o apetite com mais suco gástrico. Bom depois de comer, o corpo leve e a alma tranquila: pode-se repetir aquele prazer sem dor.
Os temperos, ou condimentos, ou especiarias, caracterizam-se por algum sabor ou aroma especial da planta que é atraente para nós e repelente para outros animais e insetos. Podem ser sementes, como erva-doce, cominho, mostarda, cardamomo; folhas frescas ou secas, como manjericão, alecrim, tomilho, salsa; bulbos, como alho e cebola; frutas, como limão, manga, laranja, romã; cascas, como canela; rizomas, como gengibre; partes da flor, como cravo e açafrão. O segredo é não usar em excesso. E não usar mal: o alho, por exemplo, nunca deveria ser dourado – perde o efeito benéfico e dá bafo.
Pelo menos 40 temperos têm grande presença no mercado internacional. Outros 100 têm uso mais regional, sozinhos ou em misturas que dão sabor característico àquela culinária.
Sentir o verdadeiro sabor de curry, por exemplo, é privilégio dos que vão ao sul da Índia, ao sul da África, à Malaísia ou ao Sri Lanka. Ele vem das folhas frescas de uma árvore nativa, a Karivepallai or Kadipatta (Bergera koenigii), que os ingleses chamam de Curry tree. É leve e agradável e lembra um pouco a tangerina.
Já o que conhecemos por aqui como curry, aquele pó amarelo em latinhas ou pacotinhos made in India, tem um sabor meio padronizado que nos acostumamos a reconhecer como o tempero indiano por excelência, ou seja, curry. Só que na Índia existem mil receitas de curry. Que nem se chama curry, mas garam masala no norte da Índia e sambaar podi no sul.
Uma receita de curry em pó:
2 colheres (sopa) de sementes de coentro
1 de sementes de cominho
1 de sementes de cardamomo
1 de cúrcuma (açafrão-da-terra) em pó
2 colheres (chá) de páprica doce ou picante
1 de canela em pó
1 de cravo
Moer ou bem fino em máquina ou pilão, misturar e guardar em vidro tampado.
Ah, você tem uma receita de curry diferente? Tudo bem, não há regra: na Índia, cada família faz a mistura de um jeito, que também varia conforme o prato a ser preparado. O cominho e as sementes de coentro geralmente estão presentes. E não deve faltar cúrcuma, aquele pó amarelo-alaranjado que dá cor a qualquer coisa, do queijo cheddar à roupa dos monges, e é bom para a pele, protege o fígado, atua contra o câncer, realça o sabor da comida, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatório, antioxidante, calmante e protetor do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que é saboroso e perfumado.
Todos esses temperos evitam gases, que se formam quando o processo de digestão da comida não consegue dar conta de tudo o que se comeu. O que sobra vira muco, fermenta e forma bolhas de gás por todo o tubo digestivo, provocando ansiedade, falta de concentração, nervosismo, mal-estar, dores e até soluços, entre outras coisas. Caiu a ficha? Temperar é preciso. Comer, nem sempre.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Cúrcuma, ou açafrão-da-terra: todo dia
Temperar é preciso, comer não é preciso. Alimentos podem encher a barriga, mas o que lhes dá mais alcance, profundidade e transcendência são as especiarias.
A cúrcuma, que em inglês se chama turmeric e em hindu haridra, é um desses temperos com os quais a vida melhora muito. E seu valor medicinal é tão grande que faz toda comida virar remédio.
Na feira você vai encontrá-la em forma de um pó amarelo-ouro que realça o sabor da comida e dá cor a qualquer coisa, do curry indiano à roupa dos monges. É boa para a pele, baixa o colesterol, protege o fígado, atua contra o câncer, trata a artrite, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatória, antimicrobiana, antioxidante, depurativa, desintoxicante, calmante e protetora do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que ajuda a formar o muco protetor do estômago e é muito útil em gripes, resfriados e dor de garganta.
Seu apelido “açafrão-da-terra” se deve à semelhança da cor da cúrcuma com a dos caríssimos estigmas da flor de açafrão, Crocus sativus, que dão um inigualável aroma e cor amarelada aos pratos com eles preparados na Espanha, na Índia, no Irã. Cento e cinquenta mil flores são necessárias para produzir um quilo de estigmas de açafrão – minúsculos filamentos que, dentro da flor, recolhem o pólen.
Já a cúrcuma (Curcuma longa) é irmã do gengibre e da galanga: fora da terra dá folha e flor, dentro guarda em segredo uns dedinhos tortos, marrom-alaranjados, que se pode usar frescos no inverno, quando são colhidos, para depois cozinhar no vapor, secar e moer os que sobrarem. Frescos: ralar, espremer, juntar o caldo no tempero do camarão, do peixe, do frango, do arroz ou dos legumes na hora de refogar. Em pó: guardar num vidro, misturar com outros temperos como fazem na Índia, usar um pouquinho em tudo o que for cozinhar – 1/4 a 1/2 colher (chá) por dia no total. Combina bem com gengibre, cardamomo, semente de coentro. Misturada a gorduras, a absorção (da cúrcuma) aumenta.
CHÁ Para gripe ou resfriado persistentes: 1 colher (chá) de cúrcuma em pó, 500 ml de água fervendo. Deixar em infusão durante 10 minutos. Tomar 3 vezes ao dia com um pouquinho de mel.
LAMBEDOR Para dor de garganta, polvilhar 1 colher (chá) de mel com pitadinhas de cúrcuma e lamber devagarinho.
A cúrcuma, que em inglês se chama turmeric e em hindu haridra, é um desses temperos com os quais a vida melhora muito. E seu valor medicinal é tão grande que faz toda comida virar remédio.
Na feira você vai encontrá-la em forma de um pó amarelo-ouro que realça o sabor da comida e dá cor a qualquer coisa, do curry indiano à roupa dos monges. É boa para a pele, baixa o colesterol, protege o fígado, atua contra o câncer, trata a artrite, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatória, antimicrobiana, antioxidante, depurativa, desintoxicante, calmante e protetora do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que ajuda a formar o muco protetor do estômago e é muito útil em gripes, resfriados e dor de garganta.
Seu apelido “açafrão-da-terra” se deve à semelhança da cor da cúrcuma com a dos caríssimos estigmas da flor de açafrão, Crocus sativus, que dão um inigualável aroma e cor amarelada aos pratos com eles preparados na Espanha, na Índia, no Irã. Cento e cinquenta mil flores são necessárias para produzir um quilo de estigmas de açafrão – minúsculos filamentos que, dentro da flor, recolhem o pólen.
Já a cúrcuma (Curcuma longa) é irmã do gengibre e da galanga: fora da terra dá folha e flor, dentro guarda em segredo uns dedinhos tortos, marrom-alaranjados, que se pode usar frescos no inverno, quando são colhidos, para depois cozinhar no vapor, secar e moer os que sobrarem. Frescos: ralar, espremer, juntar o caldo no tempero do camarão, do peixe, do frango, do arroz ou dos legumes na hora de refogar. Em pó: guardar num vidro, misturar com outros temperos como fazem na Índia, usar um pouquinho em tudo o que for cozinhar – 1/4 a 1/2 colher (chá) por dia no total. Combina bem com gengibre, cardamomo, semente de coentro. Misturada a gorduras, a absorção (da cúrcuma) aumenta.
CHÁ Para gripe ou resfriado persistentes: 1 colher (chá) de cúrcuma em pó, 500 ml de água fervendo. Deixar em infusão durante 10 minutos. Tomar 3 vezes ao dia com um pouquinho de mel.
LAMBEDOR Para dor de garganta, polvilhar 1 colher (chá) de mel com pitadinhas de cúrcuma e lamber devagarinho.
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