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segunda-feira, 18 de maio de 2009

No outono é bom comer amendoim

O tempo foi ficando mais seco e deu vontade de comer amendoim torradinho. Ô delícia.

Ele andou banido dos cardápios saudáveis porque tem uma tendência a desenvolver fungos que liberam toxinas brabas quando é armazenado em locais úmidos, e os produtores brasileiros pareciam não ter cuidado com isso. Mas já faz tempo. E nem sei se não foi mais um boato espalhado pelo lobby da soja, que depois entrou no mercado com sojinha torrada, argh, a pontinha de um imenso iceberg de soja inadequada para a saúde humana, mas isso é outro assunto. Que já está há tempos no Correcotia.

E por que comer amendoim no outono? Porque ele nutre e umedece os pulmões, sendo especialmente indicado para o sistema respiratório. Diz o médico e professor Ysao Yamamura, em seu livro Alimentos - aspectos energéticos, que "o amendoim combate o estado yang dos pulmões, que provoca a tosse tipo yang, como a coqueluche, tosse seca e tuberculose pulmonar". Mais uma informação dele, especial para quem também gosta de um vinhozinho nas noites mais frias: o óleo dos amendoins protege a mucosa gástrica da ação do álcool e age beneficamente sobre o sistema baço-pâncreas, impedindo alguns efeitos colaterais desagradáveis que a MTC chama de umidade/calor.

Fora isso o amendoim é uma fonte rica de vitaminas do complexo B, tem bastante fibra e é rico em zinco e selênio. Pode ser um lanchinho maravilhoso naquela hora em que o mundo vai cair se a gente não comer alguma coisa. Porém...

Bem, porém muita gente é alérgica a ele. A maior parte das mortes por alergia nos Estados Unidos está ligada ao amendoim. Não costumo confiar totalmente nesse tipo de informação, porque não sei como a pesquisa foi realizada, mas sei que o povo de lá come manteiga de amendoim direto, e ela não é feita só com ele. Leva açúcar e óleo vegetal. Além disso, um dos estudos aponta para uma interação negativa com a soja. Será que estão colocando soja na manteiga de amendoim? Ó dúvida cruel.

Mas não dá para esquecer que o amendoim faz parte da enorme família das leguminosas, que inclui todos os feijões, grão-de-bico, lentilhas, ervilhas, vagens e a própria soja. Hipócrates, em 400 aC, já sabia que essa família é nutritiva mas tóxica. Outro médico, o dr Raul Barcellos, desenvolveu há poucas décadas uma dieta contra câncer e alergias que também proíbe as leguminosas, amendoim incluso.

Amendoim, portanto, é como tudo na vida: tem que saber administrar.

Principalmente quando está no forno, pra não deixar torrar demais e estragar tudo.

PS - Existe um selo de qualidade da ABICAB destinado a garantir a baixa toxicidade dos amendoins.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pneumonia pode ter muitas causas

Tudo o que existe entre a entrada do nariz e o final dos bronquíolos, que são os derradeiros raminhos da árvore respiratória, já bem dentro dos pulmões, tem a função de proteger de micróbios e outros corpos estranhos os delicados alvéolos pulmonares, onde acontece o melhor da festa: a troca de ar sujo por ar limpo.

O tapetinho ondulante de muco que reveste toda a superfície dos tubos respiratórios agarra os indesejáveis e os leva para a porta da rua. A tosse e os espirros colaboram nesse processo de expulsão. E se ainda assim algum microbinho chegar à área dos alvéolos, encontrará muitas células macrófagas, que são a parte faminta do nosso sistema de defesa, prontas a devorá-lo sem dó.

Entretanto, toxinas e microrganismos podem prevalecer e provocar pneumonia. A pneumonia causada por bactérias que se alimentam do muco é a mais freqüente em pessoas de todas as idades. A causada por fungos geralmente afeta mais bebês, velhinhos e pessoas imunodeprimidas. Também são comuns as pneumonias causadas pelo ciclo das larvas de lombrigas (Ascaris lumbricoides), que sempre passa pelos pulmões, e de outros vermes, como estrongiloides (Strongyloides stercoralis) e ancilóstomos (Necatur americanus).

Escreve o médico patologista clínico dr Gilberto Angel M., na revista Colombia Médica 1996; 27: 52:

“Não são raros os casos do paciente que se hospitaliza por infiltração pulmonar difusa, eosinofilia progressiva, tosse, adinamia, febrículas irregulares e persistentes, sombras radiológicas nodulares; faz biópsia pulmonar, punção medular para esclarecer a eosinofilia progressiva, convocam-se várias juntas médicas, quando na realidade é um simples granuloma pulmonar transitório produzido por parasitas (Necator, Ascaris, Estrongiloides), num quadro denominado síndrome de Loefler. Se nos lembrássemos do granuloma parasitário e do ciclo evolutivo do parasita, economizaríamos problemas de diagnóstico e teríamos com mais rapidez o bem-estar do paciente.

Deve-se pensar sempre na etiologia da doença infecciosa, antes de embarcar em diagnósticos difíceis, que nem sempre se confirmam, por não levar em conta que as doenças infecciosas são os mais comuns de todos os quadros de doença.”

Os sintomas da pneumonia
em geral aparecem de repente: febre, tosse, catarro, calafrios, dor no peito, falta de ar, respiração curta. Também podem estar presentes os sintomas da gripe e do resfriado, como dor de cabeça, dor de garganta, espirros e nariz escorrendo. Mas pode não haver sintoma que faça procurar o médico.

O diagnóstico é feito por raio x ou tomografia do tórax, exame de sangue e de escarro. Esse procedimento cuidadoso serve para verificar a possibilidade de uma tuberculose pulmonar ou a presença de parasitas grandes.

A pneumonia associada a bactérias costuma ser tratada com antibióticos para debelar a infecção e fisioterapia para estimular a expectoração. Existem remédios específicos para tratar a pneumonia movida a fungos, mas costumam ser pouco eficientes. Pneumonias associadas a vermes são tratadas com vermífugos. Para pneumonia associada a vírus não existem drogas apropriadas.

(do livro Atchiiim!)

Enquanto isso... resfriados e gripes comuns continuam sendo um problema corriqueiro e às vezes matam

Resfriado
Indisposição úmida que pega principalmente o nariz, mas pode incluir garganta, brônquios, pulmões, olhos, ouvidos, sinus.

O nariz escorre porque as mucosas do trato respiratório ficam úmidas demais, e a saída mais natural para escoar essa umidade é a protuberância nasal, que tem a vantagem de poder ser assoada (já pensou em assoar os olhos? ou as orelhas?). Também é pelo nariz que saem os espirros, com uma ativa participação da boca e da garganta.

Só o fato de não sentir cheiro e gosto já mostra o quanto a vítima está prejudicada: dois entre os cinco sentidos não funcionam. Vai ver, os olhos ainda lacrimejam e os ouvidos parece que vão entupir. Fora isso pode haver sensação desagradável de frio ou calor, dor de garganta muito leve, estado febril passageiro.

Resfriado dá mal-estar, mas não dá febre, e é muito mais fácil de tratar do que a gripe, se a vítima agir rapidamente. Bendito o organismo que dá sinais quando fica sobrecarregado. Se é o seu caso, pule já para o tratamento.

Gripe
é um resfriado gigante, geralmente por acúmulo de mais toxinas e muco, daí ter mais sintomas de mal-estar: dor de cabeça, de garganta, dores no corpo, febre, tosse, catarro, sinusite. Resfriado é violino, gripe é contrabaixo.

A gripe pode vir do resfriado, basta não cuidar dele. Também pode vir por si, de repente, por contágio físico, mental ou emocional, apresentando logo todos os seus sintomas ou não, branda ou forte, com pouca ou muita febre. E se o resfriado pede cuidados, a gripe não pede: exige. Ela é sempre o resultado da combinação de fatores agressivos externos com fatores receptivos internos.

Fatores externos podem ser qualquer coisa ou situação forte e inesperada para o organismo: contato com ambientes ou pessoas que transmitem muitos germes, excessos alimentares, abalos emocionais, problemas com a família, stress, mudança brusca de temperatura ou de modo de vida...

Fatores internos são inerentes a cada pessoa. Depois de uma farra, quem tem boa resistência física e emocional pode sentir uma ligeira indisposição e se recuperar facilmente com um suadouro, uma canja, uma sessão de amor, uma boa noite de sono. A pessoa mais frágil ou em situação vulnerável vai ficar arrasada. Tudo depende da maior ou menor facilidade de auto-regulação de cada organismo e de como a situação é conduzida pela própria vítima.

O vírus, que leva tanta culpa, é secundário. Sozinho, mesmo que seja o rei dos vírus com seu exército de vírus, não é capaz de afetar um organismo saudável. As ondas de gripe que “todo mundo tem” geralmente se devem a uma combinação de fatores climáticos, ambientais, sociais e pessoais que fragilizam muitas pessoas ao mesmo tempo – que começam a botar suas melecas para fora. E com elas, alguns micróbios.

“Vivemos num mar de vírus e bactérias. Já que estão em todo lugar e não podemos fugir deles, obviamente não podem ser a causa de nossas doenças. Vírus e bactérias apenas se multiplicam em grande velocidade quando a doença nos acomete o corpo. Estão no final da cadeia causal, não no começo. São resultado da doença, não sua causa. Um vírus tem que ser uma de duas coisas: o refugo de uma célula que escapou da fagocitose ou o resultado do metabolismo celular. Nada mais, nada menos. De que outro lugar do universo ele poderia vir, se contém RNA e DNA encontrados somente em organismos vivos?

"Um vírus, sendo somente um naco de proteína, não pode ‘fazer’ coisas, ao contrário do que dizem todos os tratados científicos sobre o assunto. Somente células vivas podem fazer coisas. Fazer exige vida e inteligência, coisa que os vírus não têm.”

Daniel H. Duffy Sr, DC,
médico


(do livro Atchiiim!)