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domingo, 10 de janeiro de 2010

Papo de câncer: Capim-limão resolve?



Em novembro do ano passado recebi de Liana Gottlieb um artigo interessante intitulado Bebida de capim-limão provoca apoptose em células cancerosas. Definição de apoptose: um tipo de morte celular engendrado pela própria célula; um mecanismo suicida que permite ao organismo animal controlar o número de células e eliminar as que ameaçam sua sobrevivência.

Lindas fotos de moitas frondosas do nosso conhecido e delicioso capim-limão, capim-cidrão, capim-cidreira, capim-de-cheiro, do qual se faz um chazinho tão bom pra acalmar o espírito. E o texto contando que tudo começou quando pesquisadores da Universidade israelense Ben Gurion descobriram que o aroma cítrico em ervas como o capim-limão mata células cancerosas, in vitro, sem afetar as células saudáveis.  

Citral é o nome do componente que dá aroma e sabor de limão não só a esse capim (Cymbopogon citratus) como à melissa (Melissa officinalis) e à verbena (Verbena officinalis). Um chá com apenas um grama de capim-limão contém citral bastante para fazer as células cometerem suicídio no tubo de ensaio. O Professor Yakov Weinstein, da mesma Universidade, diz que o ideal para portadores de câncer é fazer uma infusão com a erva e tomar oito copos por dia. E não portadores podem tomar o chá preventivamente.

Bem. Como tudo o que chega pela internet pode ser qualquer coisa, inclusive mera especulação bem-intencionada que não leva a nada, fui pesquisar apoptose+câncer no google. E dei com estudos científicos brasileiros muito detalhados confirmando a história toda, a partir de outros testes em laboratório, não só in vitro como in vivo. Vejam só o que diz o médico e pesquisador biomolecular José de Felippe Junior aqui (resuminho abaixo):

- As limoninas, dentre elas o limoneno, são monoterpenos que possuem diversos efeitos farmacológicos, incluindo propriedades antitumorais. O álcool perílico é um membro da família dos monoterpenos, substâncias que estão naturalmente presentes em várias frutas e vegetais. Demonstrou-se que é citotóxico para uma grande variedade de células cancerosas tanto in vitro como in vivo, e trabalhos clínicos na FASE I apontam para sua utilidade em seres humanos. Ele é considerado o agente anticâncer mais potente entre os monoterpenos. É encontrado em grande quantidade em cerejas, alfazema (lavanda) , hortelã, sálvia, artemísia, cranberries, perilla (shissô), capim-santo (capim-limão), bergamota silvestre, folhas do gengibre, cominho-armênio e sementes de aipo. O álcool perílico inibe a carcinogênese, suprime a proliferação celular, aumenta drasticamente a apoptose tumoral e induz a diferenciação celular das células malignas in vitro e in vivo, provocando a regressão total de vários tipos de tumores em animais de experimentação, quase sem toxicidade.

Achei bacanérrimo, pra dizer o mínimo. Primeiro porque adoro capim-limão e ele dá à toa, é só enfiar o bulbo na terra; pode cortar que rebrota. Segundo porque meus gatos não só adoram comer as pontas das folhas como exigem duas vezes por dia sua dose de, agora eu sei, citral. Terceiro porque as cachorras também amam as folhas tenras, que consomem avidamente - mas elas são umas fito-sábias, também comem picão, erva-de-santa-maria, gervão, hibisco...

Por outro lado, sempre tenho muito receio de divulgar informes que dão margem a conclusões apressadas tipo "Viu? Capim-limão cura câncer!" Experiências de laboratório contemplam fatores isolados; células num tubo de ensaio ou ratinhos induzidos ao câncer não são pessoas de carne e osso que pensam, sentem, sofrem e têm esperança ou vontade de morrer. Além disso, muitas substâncias e práticas terapêuticas dão resultados na reversão do câncer. A própria dieta do dr Barcellos, associada a uma vermifugação completa, faz estacionar e regredir tumores. Também existe a cura espontânea, muito mais frequente do que se imagina: a pessoa não faz nada e fica boa.

Sem falar que às vezes nem é câncer. Não há parte do corpo que não seja visitada ao menos uma vez na vida por algum parasita, diz um professor que entende disso. Veja a foto da larva saindo do seio da moça que estava sendo operada de um suposto câncer no hospital da Universidade de Tóquio, anos atrás. Uma cientista arrebatada, Hulda Clark, recentemente falecida, curou milhares de pessoas tratando de suas parasitoses. Dizia que só temos dois problemas de saúde: parasitas e toxinas. Como a lei não nos garante o direito a bons exames de fezes, somente aos medíocres que sempre dão negativo, muitos vivem anos a fio com sintomas incômodos e erráticos cuja origem permanece para sempre obscura. Sintomas físicos, psíquicos, comportamentais.

Fungos fazem massas muito semelhantes ao câncer e se comportam do mesmo modo, penetrando na circulação para brotar como metástase em outros lugares do corpo. Amebas dão origem à maior parte dos casos de câncer intestinal; mas também corroem tecidos no pulmão, nos ossos, no cérebro e nas juntas, deformando-as, disfarçadas de artrite reumatóide; fazem no fígado abscessos necrosantes que, à luz de tomografias e ressonâncias, parecem - e geralmente são diagnosticados como - câncer de fígado.

Tudo o que se refere ao câncer ainda é muito incerto, embora diagnósticos e tratamentos quimio e radioterápicos estejam cada vez mais glamurizados e corriqueiros. Muitos pacientes não sobrevivem ao tratamento, outros ficam com sequelas por muito tempo, tem sorte quem se recupera em um ano. Tudo é caríssimo, donde lucrativíssimo. Por isso a saúde é subversiva: não dá lucro a ninguém.

Capim-limão não custa nada. Neste verão úmido, queimar suas folhas num braseiro ou mesmo na frigideira e defumar armários e cantos da casa acaba com ácaros e fungos.  A fumaça e o chá ajudam em resfriados, tosses e dores de garganta. O chá também acalenta o sono, desintoxica, tempera peixes, suaviza o mate amargo do chimarrão. Age sobre cólicas uterinas e intestinais. As folhas podem ser mastigadas para alcalinizar e perfumar a boca. E agora sabemos, provoca apoptose em células destrambelhadas.

Santo? Santo. 'Bora tomar o chá.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dicionário da mulher: Compressa de gengibre

Compressa de gengibre

Muito usada para ativar a circulação e ajudar a dissolver depósitos de muco, proteína e gordura no organismo, como pedras de rim e bexiga, cistos de seio e ovário e fibroma uterino. Também serve para asma, bronquite, reumatismo, artrite, tensão muscular, torcicolo, dores nevrálgicas, dor nas costas, dor de dente, cólica menstrual ou intestinal, inflamação de rins, fígado, intestino, bexiga, próstata, ovários, recuperação de tecidos ósseos.

A aplicação da compressa dura meia hora. A freqüência das aplicações e a duração do tratamento vão depender de quem estiver orientando você. Para cólicas, uma ou duas compressas bastam, mas para cistos é preciso persistir por semanas ou meses, aplicando um emplastro de inhame depois de cada compressa.

Não use a compressa de gengibre em bebês e idosos, nem na barriga das grávidas; na cabeça, nunca, a não ser juntinho do nariz em caso de sinusite; nem para apendicite e pneumonia, nem quando há febre.

Pode ser aplicada sobre tumores, cancerosos ou não, mas nunca por mais de 5 minutos.


Modo de fazer


Numa panela grande, ponha 3 litros de água para ferver; enquanto isso rale 200 g de gengibre, com casca e tudo, na parte mais fina do ralador, com movimentos circulares. Quanto mais maduro, cascudo e fibroso o gengibre, melhor. Embrulhe num paninho de fralda.

Quando a água estiver quase fervendo apague o fogo, ponha a trouxinha de gengibre dentro, tampe e deixe descansar uns 15 minutos. A trouxinha evita que os farelinhos de gengibre grudem e irritem a sua pele.

Pegue duas toalhas de banho pequenas, dobre ao meio e torne a dobrar em diagonal. Mergulhe ambas assim na panela, tire uma, torça e aplique sobre o ventre ou sobre os rins, cobrindo logo com um cobertor de lã.

Espere um pouco; quando sentir que começou a esfriar, torça a segunda e coloque sobre a primeira, e dali a pouco tire a primeira, devolvendo à panela para logo depois tirar, torcer e aplicar sobre a outra, e assim sucessivamente durante meia hora, ou até a pele ficar muito vermelha.

Para manter quente o caldo de gengibre você vai precisar de um fogareiro elétrico, braseiro ou réchaud. E como a coisa dá muita mão-de-obra, é sempre melhor fazer em dupla: uma cuida das aplicações enquanto a outra fica no bem-bom, depois inverte. É quente, quase queima, mas é muuuito bom.

Não use nenhum tipo de plástico ou tecido sintético para cobrir a compressa de gengibre ou de qualquer outra coisa: somente algodão.

domingo, 26 de julho de 2009

Muco? Bota pra derreter

Julho já vai adiantado, o tempo esquenta e esfria e milhões de pessoas estão encatararradas, com tosse seca ou trovejante, e ainda por cima com medo da tão marquetizada gripe da vez. Que pode não ser uma ameaça real, mas a vulnerabilidade de quem está com as vias respiratórias cheias de muco é realíssima.

O muco grosso, branco, amarelo ou esverdeado, não é só o creme do lixo que não saiu do corpo pelas vias normais - também é pista de patinação de micróbios, milk shake grátis para vermes, bactérias e fungos, que assim se instalam, procriam e fazem suas necessidades exatamente onde a limpeza é mais preciosa para nós. As vias respiratórias são dotadas de um sistema muito eficiente para proteger os pulmões. Quando ele está detonado, o tratamento precisa ser profundo.

A primeira providência é suspender leite e todos os derivados, que são os maiores formadores de catarro. Aproveitando, reduzir drasticamente farinhas e produtos feitos com ela, que também agem como cola dentro do corpo. E jogar fora o açucareiro - junto com todo o açúcar da despensa - porque é ele que, regendo o coro dos laticínios e da farinha, alimenta todo tipo de compulsão.

Claro que, se há compulsão, há vermes. Quantas horas de análise poderiam ser substituídas por um simples vermífugo! Lombrigas aumentam muito o muco. Se houver unhas roídas, bruxismo e babinha à noite, então, isso fica evidente.

Mas o muco deve ser pensado como uma vela de cera que precisa esquentar para derreter; só aí poderá ser eliminado, seja pela tosse, seja pelos intestinos. Aqui vai uma de muitas receitas do meu livrinho Atchiiim!, que se dedica de forma gulosa ao assunto.

Chá antimuco

. 1 colher (chá) de sementes de feno-grego (Trigonella foenograecum)
. 1 colher (chá) de sementes de funcho (Foeniculum vulgare)
. 1 colher (chá) de sementes de linhaça (Linum usitatissimum)
. 1 colher (chá) de raiz de alcaçuz (Glycyrrhiza glabra)
. 1 colher (sopa) de folhas de urtiga (Urtica urens) ou tanchagem (Plantago major)
. 500 ml água

Ferver durante 15 minutos o funcho, a linhaça, o feno-grego e o alcaçuz; apagar o fogo, colocar as folhas de urtiga ou tanchagem e abafar.

Este chá aquece o corpo e dissolve o muco. Tomar meia xícara 2 a 4 vezes ao dia, de estômago vazio, 10 minutos antes de comer.

Para quem produz muco em excesso: tomar durante quatro semanas, no outono, nas mesmas doses acima, substitui o muco patológico ao longo das mucosas por um muco benéfico, renovando todo o trato gastrointestinal.

Para condições crônicas de muco o chá é usado por períodos de tempo mais longos. Também é uma mistura muito nutritiva durante os jejuns.

Inconveniente: pode aumentar os calores à noite. Mas nada é perfeito.

Do livro Atchiiim!