segunda-feira, 26 de março de 2012

Cora Coralina: Para começar bem a semana


de Bia Santos
para Deixa sair

"Um repórter perguntou à poeta Cora Coralina o que é viver bem. Ela lhe disse:

Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo pra você, não pense. Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia.

Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada.

Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.  Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!

Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha, não. Você acha que eu sou?

Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança.

Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.

Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."

sexta-feira, 23 de março de 2012

Transgênicos & agrotóxicos: Ocupar a Monsanto

de AS-PTA boletim@aspta.org.br        
para deixa sair


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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,

LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS

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Ocupar a Monsanto

Número 578 - 23 de março de 2012

Car@s Amig@s,

O novo movimento Occupy Monsanto, uma ramificação do Occupy Wall Street, está convocando pessoas e organizações de todo o mundo a fazer parte de um dia internacional de protestos em 17 de setembro, quando o movimento Occupy Wall Street completará um ano. O grupo demanda, entre outros, a rotulagem obrigatória de alimentos contendo ingredientes transgênicos (que não existe nos EUA) e que não sejam aprovados novos cultivos transgênicos desenvolvidos para tolerar aplicações de herbicidas altamente tóxico s (como é o caso da soja tolerante ao 2,4-D, já em testes no Brasil).

“Goste você ou não, é provável que a Monsanto tenha contaminado a comida que você comeu hoje com agrotóxicos e transgênicos. A Monsanto controla a maior parte do suprimento global de alimentos às custas da democracia alimentar ao redor do mundo”, diz o site do movimento.

Na última terça-feira (20/03), manifestantes do Occupy Monsanto colocaram faixas em 13 passarelas sobre rodovias que cruzam a cidade de St. Louis, nos EUA, onde está a sede da empresa. Elas traziam dizeres como “O FDA* está contaminado pela Monsanto”, “Biorrisco Genético: Defenda-se”, “99% vs. Mon$anto” e “Presidente da Monsanto = Milionário; Consumidor da Monsanto = Rato de Laboratório”. No gramado em frente à sede mundial da empresa uma faixa dizia: “Sr. Presidente, rotule os alimentos transgênicos. Com amor, Michelle”, em referência à primeira dama. Até o meio-dia de terça-feira todas as faixas haviam sido removidas por autoridades locais.

O protesto aconteceu um dia após a realização de uma marcha pelo centro de St. Louis e alguns dias depois de terem sido realizadas manifestações contra a companhia em cerca de 30 cidades americanas e em várias outras partes do mundo, incluindo a Espanha, Alemanha, Nova Zelândia, Austrália, Japão e Canadá.

No fim de semana anterior, 150 manifestantes do movimento fecharam a unidade de pesquisa da empresa em Davis, na Califórnia. Na ocasião, a Monsanto disse aos seus funcionários que eles não precisavam ir trabalhar devido a preocupações com relação à segurança em função dos protestos.

E os recentes protestos contra a gigante da biotecnologia não começaram por aí. No final de fevereiro, a polícia americana prendeu 12 manifestantes que estavam em frente aos escritórios da Monsanto em Washington participando do “dia nacional de solidariedade”. Dois dias antes, uma ação judicial contra a empresa movida por um grupo de agricultores fora rejeitada. O grupo pedia a invalidação de patentes agrícolas da empresa, alegando o receio de que as sementes patenteadas aparecessem em suas lavouras (via contaminação). O protesto era realizado em solidariedade e em conjunto com o dia nacional de ação contra o Conselho Americano de Intercâmbio Legislativo (ALEC, na sigla em inglês), organização de lobby que defenda a criação de incentivos fiscais para as corporações.

A Monsanto é a líder mundial de sementes transgênicas, e os vem conseguindo impor em uma série de países a despeito de crescentes evidências dos efeitos danosos que provocam sobre o meio ambiente e a saúde. Via de regra, a empresa bloqueia os esforços em prol da rotulagem dos alimentos contendo ingredientes transgênicos. Também é famosa por articular a perseguição de cientistas que publicam estudos demonstrando efeitos danosos provocados por transgênicos e agrotóxicos. A própria pesquisa independente tem sido comumente inviabilizada, pois a empresa usa a legislação de patentes para negar a utilização de seus produtos em experimentos científicos. Ela também tem tornado os agricultores reféns de suas sementes (e agrotóxicos de uso associado): detendo a maior parte do mercado de sementes, a empresa vai gradualmente eliminando a oferta de sementes convencionais não patenteadas. Como se não bastasse, é prática da multinacional processar os agricultores cujas lavouras são contaminadas pelos seus transgênicos – eles são acusados de violação de direitos de patente.

Como se vê, já passa da hora de se articular um grande movimento internacional buscando frear o domínio da Monsanto sobre nossos sistemas agrícolas e alimentares. Ocupar a Monsanto, aí vamos nós!

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* Food and Drug Administration, órgão do governo dos EUA que regulamenta os alimentos e medicamentos.

Com informações de:

- Occupy Monsanto – International Action Against Genetic Biohazards.

- Banners, more protests against Monsanto – Stltoday.com, 20/03/2012.

- US police arrest 12 Occupiers on national day of solidarity – PressTV, 29/02/2012.

- Monsanto protested after class-action lawsuit is dismissed – Blog Post/The Washington Post, 29/02/2012.

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Quer ler mais? http://aspta.org.br

quinta-feira, 22 de março de 2012

Alô alô Sampa: Meditando na cozinha dia 7 de abril, às 11h...


Yellow Kid, de Richard Outcault, 1894

...lá na feirinha orgânica da AAO no Parque da Água Branca, um lugar que sempre me deixa feliz. Chego às 9h, para abraços e autógrafos, e de 11 a 12h faço uma pequena palestra sobre um aspecto delicioso da alimentação: a cozinha.

"Comer é a alegria do zen", diz o sutra, e todos comem contentes, desfrutando o prazer na boca.

Tudo o que vem antes pode ser meditação. Escolher formas, cores e sabores. Lavar, cortar, levar à panela e observar a vida em sua permanente transformação. Oferecer essa comida feita com atenção plena, em contato com a natureza íntima de cada alimento, através de cheiro, sabor, cor, textura. Conhecer o efeito dos alimentos. Conhecer o frescor dos alimentos.

Lidar com água, fogo, metal, terra, ar. A precisão dos cortes. A inspiração dos temperos. A regência dos tempos.

Cozinhar é uma viagem que já acontece; o passageiro só precisa tomar consciência e escolher o destino.

domingo, 18 de março de 2012

De: Instituto Humanitas Unisinos

Código florestal: movimento contra retrocesso ganha força

A campanha Veta, Dilma! já conta com mais de 1,5 milhão de assinaturas, e o movimento cresce a cada dia.

A reportagem é de Aldem Bourscheit e publicado pelo sitio WWF, 14-03-2012.

Em palestra sobre o Código Florestal na manhã desta quarta durante seminário sobre meio ambiente em Brasília, o analista de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Kenzo Jucá, reforçou que a proposta em tramitação no Congresso trará apenas retrocesso legislativo e degradação ambiental para o país. Ele lembrou que a lei em vigor foi criada nos anos 1930 e recebeu aperfeiçoamentos ao longo de quase oito décadas, sempre respondendo a avanços científicos, políticos e sociais. “O Código Florestal não é ultrapassado, mas isso não quer dizer que ele não precise de melhorias. Todavia, a proposta de reforma em curso não é o que o Brasil precisa”, ressaltou.

Na apresentação do WWF-Brasil, foi demonstrado que reservas legais e áreas de preservação permanente, porções que devem ser obrigatoriamente mantidas nas propriedades rurais, são dispositivos presentes desde a primeira versão do Código Florestal. Além disso, seus porcentuais cresceram ao longo dos anos, seja para consolidar a função social das propriedades privadas, seja para atender a necessidades de proteção de águas, de animais e vegetação nativos.

“A reserva legal na Amazônia passou de 50% para 80% das propriedades rurais como resposta do Governo Federal aos índices alarmantes de desmatamento e queimadas registrados nos anos 1990”, comentou.

Na contramão de uma reforma estruturante do Código Florestal, que por exemplo lhe fortalecesse com incentivos econômicos e fiscais que estimulassem a manutenção e recuperação de florestas nativas em todo o país, o projeto já aprovado no Senado e na Câmara é um emaranhado jurídico cheio de “pegadinhas” para proporcionar anistia a quem desmatou ilegalmente e consolidar a ocupação de áreas sensíveis, entre outros efeitos nefastos de caráter ambiental, social e econômico.

“A proposta de reforma em voga traz retrocessos pesados em proteção de nosso patrimônio natural, provocará insegurança jurídica, desprotegerá nascentes e olhos d´água, encostas, ameaçará a qualidade e quantidade de água disponível, inclusive para a própria agricultura. A soma dessas medidas levariam ao desmatamento de extensas áreas ou a não recomposição de locais ilegalmente desmatados”, ressaltou.

Conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Governo Federal, no pior cenário de efeitos colaterais com a aprovação da reforma para o Código Florestal em tramitação no Congresso, o Brasil poderia registrar a não restauração e em menor escala o desmatamento de 76,5 milhões de hectares de florestas em todo o país: área semelhante a duas vezes o estado do Mato Grosso do Sul. Tal degradação jogaria na atmosfera 28 bilhões de toneladas de CO2, gás que amplia o efeito estufa e leva ao aumento da temperatura do planeta.

Frente a essas ameaças e ao processo legislativo tortuoso e pouco democrático até agora registrado para a reforma do Código Florestal, Jucá reforçou que as mais de 160 entidades ligadas ao Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável esperam o veto total da presidente Dilma Roussef ao texto, se o mesmo realmente for aprovado no Congresso. A campanha #VetaDilma já conta com mais de 1,5 milhão de assinaturas, e o movimento cresce a cada dia.

“Com prazo e condições adequadas, a sociedade poderá participar democraticamente do debate, fazendo com que o Código Florestal se mantenha como base para proteção de nossas florestas e recebe dispositivos que levam a regularização das propriedades rurais, que fomente novas políticas públicas focadas no desenvolvimento sustentável real, tudo em sintonia com as necessidades do país e não de grupos atrasados do agronegócio”, disse. “O vento integral é o melhor caminho. Não se pode atualizar uma lei amarrada durante quase 80 anos a toque de caixa”, completou Kenzo Jucá.

terça-feira, 6 de março de 2012

Liga Juvenil Anti-Sexo: Vou lá dia 6/4




É uma galera jovem, bonita, anarquista, ligada em desconfigurar os padrões impostos a todos nós por aquilo que chamamos de normal. Ou anormal.

Fui convidada a dar uma palestra nesse segundo evento da Liga Juvenil Anti-Sexo e ainda não sei com que roupa eu vou, mas vou. Dia 6 de abril 2012, às 16h, em Sampa, na Serralheria.

Veja o vídeo do primeiro evento e chegue mais.