terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Internet de qualidade: A Oi é contra. Vamos protestar hoje!

De: IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor)
Para: Deixa Sair

Graças às mais de 80 mil mensagens enviadas ao Conselho Diretor da Anatel, conseguimos aprovar no ano passado as primeiras metas de qualidade para o serviço de banda larga no Brasil, porém, a Oi está ameaçando jogar tudo por água abaixo.
 
A empresa encaminhou um pedido oficial à Anatel para anular pontos importantes das metas de qualidade! A Anatel publicou o pedido da Oi e abriu uma consulta pública, até 1º de fevereiro, para saber o que a sociedade pensa sobre a anulação das metas de qualidade. Além de deixarmos claro que não podemos recuar nas garantias já aprovadas, precisamos expor a Oi publicamente, na imprensa e via redes sociais, mostrando o desrespeito da empresa com os consumidores.
 
Use a ferramenta do Idec para enviar uma mensagem para os executivos da Oi e para a Anatel, dizendo que os consumidores não permitirão o enfraquecimento das metas de qualidade da banda larga!

A tentativa covarde da Oi de anular pontos cruciais das metas de qualidade é um desrespeito aos brasileiros. É preciso que a agência ouça as milhares de pessoas que se manifestaram por padrões mais rígidos de prestação do serviço. Por que manter as metas:

- Elas foram amplamente discutidas e passaram por consulta pública seguindo tramitação padrão da agência para regulações.
- Há anos, as teles estão no topo das reclamações dos consumidores, demonstrando que não têm disposição para resolver esse problema por conta própria
- Em 90% dos municípios brasileiros, não há competição entre os serviços de banda larga. Se a prestadora não oferece um serviço de qualidade, o consumidor não tem opção!
- As metas adotadas estão tecnicamente fundamentadas e não há motivo para anulação de nenhuma delas.

http://www.idec.org.br/mobilize-se/campanhas/oicontraqualidade

domingo, 29 de janeiro de 2012

Farmacinha do banheiro: Dicas da Raquel Ribeiro

foto: babosas em flor
De: Raquel Ribeiro
Para: Deixa Sair

Moro na serra e sempre que alguém se corta, recorro à babosa, que nasce em todo canto. Todos ficam impressionados com a eficiência de seu sumo cicatrizante. 

Se me queimo, o xixi é o melhor remédio – e o resultado é imediato. 

Sei, pois, que métodos naturais e tradicionais funcionam. Mesmo assim continuo me surpreendendo: outro dia inventei de picar dedo-de-moça para fazer molho e fiquei com preguiça de procurar as luvas. Depois de manusear duas dúzias de danadinhas, a pele começou a gritar. Mifu, pensei. Vi o pote de óleo de coco dr. Orgânico dando sopa e, por pura intuição e uma razoável dose de desespero, tasquei nas mãos. O ardor simplesmente de-sa-pa-re-ceu! 

Tem mais: convivi anos com uma unha do dedão comprometedora. Os remédios tópicos não funcionaram (apesar do ritual quase diário de lixar, passar esmalte e o escambau) e estava adiando tomar um medicamento que comprovadamente ataca o fígado. Nos últimos quatro meses tomei todo dia óleo de copaíba – uma colherinha antes de dormir. Sim, a unha sarou. 

Claro que preciso partilhar mais esses benefícios dos óleos. Afinal, temos a tendência de acreditar na pomadinha industrializada, nas pílulas, nos xaropes e em todos os remédios comprados na farmácia; e olhamos com desconfiança para os bálsamos oferecidos pela natureza.

Valeu, Raquel!

Inhame inhame: Coma e ame, pois segundo a leitora ele melhora a libido

Olá, Sonia
Adoro seu trabalho, tenho alguns dos seus livros e estou sempre pesquisando sobre alimentação saudável e implementando em minha vida.
Assisti e amei sua entrevista no Provocações.
Gostaria de deixar aqui um depoimento sobre o inhame:
Sobre a pergunta do Abujamra sobre se o inhame ajuda também no sexo posso dizer que sim. Vou explicar:
Tenho 47 anos e desde maio que não menstruo e já estou no processo de climatério. Aí começou aquelas coisas chatas: falta de libido, vagina ressecada, ondas de calor, suores noturnos... Como eu sempre tive um quadro de cistos nos seios e mioma, meus cistos começaram a crescer muito com esta variação hormonal.
Como eu acredito que podemos encontrar nossa cura na alimentação, fiquei pesquisando sobre alternativas para reposição hormonal.
Aí voltei a fazer meu suco verde, pois fazia todos os dias, e há um tempo que não estava fazendo (acho que por acomodação), e agora que estou morando num sítio e estou plantando minhas verdurinhas, fica  mais fácil. Voltei a fazer o suco verde e comecei a perceber que os meus calores começaram a diminuir, e o que é melhor os cistos também começaram a diminuir. Aí descobri que era por causa do inhame que estava colocando no suco. Aí comecei a colocar o inhame em tudo que era suco.
Conclusão, hoje consumo de 2 a 3 sucos com inhame por dia, minhas ondas de calor acabaram (de vez em quando sinto um calorzinho, mas nada como o desespero de antes), meus cistos desapareceram, e o que é melhor: minha libido voltou e minha vagina não está mais ressecada. Tudo graças ao inhame. E como diz meu marido “Santo Inhame”.
Um grande beijo para você e continue com seu belo trabalho e divulgar os poderes da alimentação.
France Santos

Verão úmido: Phallus impudicus & outros cogumelos









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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

De tempo & costumes: O que nunca envelhece


Saiu no Globo de domingo passado e com certeza não mexeu só comigo. Obrigada, Rosiska!

Um tempo sem nome
Rosiska Darcy de Oliveira

O GLOBO – 21 de janeiro de 2012

Com seu cabelo cinza, rugas novas e os mesmos olhos verdes, cantando madrigais para a moça do cabelo cor de abóbora, Chico Buarque de Holanda vai bater de frente com as patrulhas do senso comum. Elas torcem o nariz para mais essa audácia do trovador. O casal cinza e cor de abóbora segue seu caminho e tomara que ele continue cantando “eu sou tão feliz com ela” sem encontrar  resposta ao “que será que dá dentro da gente que não devia”.

Afinal, é o olhar estrangeiro que nos faz estrangeiros a nós mesmos e cria os interditos que balizam o que supostamente é ou deixa de ser adequado a uma faixa etária. O olhar alheio é mais cruel que a decadência das formas. É ele que mina a autoimagem, que nos constitui como velhos, desconhece e, de certa forma, proíbe a verdade de um corpo sujeito à impiedade dos anos sem que envelheça o alumbramento diante da vida.

Proust que, de gente entendia como ninguém, descreve o envelhecer como o mais abstrato dos sentimentos humanos. O príncipe Fabrizio Salinas, o Leopardo criado por Tommasi di Lampedusa, não ouvia o barulho dos grãos de areia que escorrem na ampulheta. Não fora o entorno e seus espelhos, netos que nascem, amigos que morrem, não fosse o tempo “um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho“, segundo Caetano, quem, por si mesmo, se perceberia envelhecer? Morreríamos nos acreditando jovens como sempre fomos.

A vida sobrepõe uma série de experiências que não se anulam, ao contrário, se mesclam e compõem uma identidade. O idoso não anula dentro de si a criança e o adolescente, todos reais e atuais, fantasmas saudosos de um corpo que os acolhia, hoje inquilinos de uma pele em que não se reconhecem. E, se é verdade que o envelhecer é um fato e uma foto, é também verdade que quem não se reconhece na foto, se reconhece na memória e no frescor das emoções que persistem. É assim que, vulcânica, a adolescência pode brotar em um homem ou uma mulher de meia idade, fazendo projetos que mal cabem em uma vida inteira.

Essa doce liberdade de se reinventar a cada dia poderia prescindir do esforço patético de camuflar com cirurgias e botoxes - obras na casa demolida - a inexorável escultura do tempo. O medo pânico de envelhecer, que fez da cirurgia estética um próspero campo da medicina e de uma vendedora de cosméticos a mulher mais rica do mundo, se explica justamente pela depreciação cultural e social que o avançar na idade provoca.

Ninguém quer parecer idoso já que ser idoso está associado a uma seqüência de perdas que começam com a da beleza e a da saúde. Verdadeira até então, essa depreciação vai sendo desmentida por uma saudável evolução das mentalidades: a velhice não é mais o que era antes. Nem é mais quando era antes. Os dois ritos de passagem que a anunciavam, o fim do trabalho e da libido, estão, ambos, perdendo autoridade. Quem se aposenta continua a viver em um mundo irreconhecível que propõe novos interesses e atividades. A curiosidade se aguça na medida em que se é desafiado por bem mais que o tradicional choque de gerações com seus conflitos e desentendimentos. Uma  verdadeira mudança de era nos leva de roldão, oferecendo-nos ao mesmo tempo o privilégio e o susto de dela participar.

A libido, seja por uma maior liberalização dos costumes, seja por progressos da medicina, reclama seus direitos na terceira idade com uma naturalidade que em outros tempos já foi chamada de despudor.  Esmaece a fronteira entre as fases da vida.  É o conceito de velhice que envelhece. Envelhecer como sinônimo de decadência deixou de ser uma profecia que se auto-realiza. Sem, no entanto, impedir a lucidez sobre o desfecho.

”Meu tempo é curto e o tempo dela sobra”, lamenta-se o trovador, que não ignora a  traição que nosso corpo nos reserva. Nosso melhor amigo, que conhecemos melhor que nossa própria alma, companheiro dos maiores prazeres, um dia nos trairá, adverte o imperador Adriano em suas memórias escritas por Marguerite Yourcenar.

Todos os corpos são traidores. Essa traição, incontornável, que não é segredo para ninguém, não justifica transformar nossos dias em sala de espera, espectadores conformados e passivos da degradação das células e dos projetos de futuro, aguardando o dia da traição.

Chico, à beira dos setenta anos, criando com brilho, ora literatura, ora música, cantando um novo amor, é a quintessência desse fenômeno, um tempo da vida que não se parece em nada com o que um dia se chamou de velhice. Esse tempo ainda não encontrou seu nome. Por enquanto podemos chamá-lo apenas de vida.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Papo de câncer: Ser ou não ser, eis a questão




A propósito do câncer que não era câncer na tiróide da presidente Kirchner, fiquei lembrando do dr. Barcellos.

Raul Barcellos foi um médico carioca que primeiro fez Direito, com bolsa de estudos, para poder sustentar a mãe viúva e os irmãos, e só mais tarde cursou Medicina, quando já estava financeiramente estabilizado. Medicina era sua paixão antiga, por razões pessoais. Asmático, de família asmática, aos 14 anos começou a perceber que tinha mais acessos de asma quando comia certos alimentos. Privado deles, a respiração permanecia normal. Foi testando um e outro, fazendo-se de cobaia, e passou a ter somente as crises inevitáveis.

Já formado, dava plantão num hospital e ao fazer um parto constatou que a parturiente estava cheia de tumores.  Colocou-a na dieta e mandou voltar dali a um mês - para constatar que os tumores haviam regredido. Confirmava, mais uma vez, a suspeita adquirida nos anos de estudo, especialmente de bioquímica: de que o câncer poderia ser uma forma avançada de reação alérgica, em que proteínas mal utilizadas faziam crescer os tumores.

Mas era preciso haver uma causa, uma lesão inicial, uma perda de imunidade nos tecidos para que a organização natural falhasse. Naquele tempo era fácil obter bons exames de fezes. Quando o primeiro dava negativo ele mandava repetir de 10 em 10 dias até dar positivo, para saber o que deveria tratar; pelo exame de sangue já sabia que nas pessoas com tumores havia sempre a presença de vermes, especialmente helmintos, representados pelo aumento da eosinofilia. (Eosinófilo é um tipo de leucócito, célula branca, encarregada da defesa, que corrói a cutícula de parasitas grandes; frequentemente sua presença é explicada apenas como sinal de alergia.)

O que ele pensou: o tecido lesionado pela infecção parasitária passa a escolher mal os aminoácidos de que precisa para se recompor. Todos os dias morrem células, todos os dias surgem células novas. A proteína é necessária para formá-las e se compõe de diferentes combinações entre os aminoácidos que circulam pelo sangue, uns e outros sendo escolhidos conforme as especificações do DNA: não nascem unhas na cabeça ou cabelos nas pontas dos dedos. No local afetado, ruminava ele, o tecido deixa de fazer as escolhas corretas. Por isso a supressão de certos alimentos fazia regredir o tumor. Retirava de circulação os aminoácidos impróprios.

Além da dieta, o que mais era necessário? Acalmar, fortalecer o paciente, ajudar na desintoxicação e acabar com a parasitose. Para isso ele dava um remedinho antidistônico, que depois sumiu do mercado; sulfato ferroso; comprimidos de metionina, um aminoácido desintoxicante que também quase sumiu; e tratava a parasitose, repetindo os exames de fezes e observando a curva da eosinofilia.

- Cadê esses pacientes?, perguntei a ele quando nos conhecemos.

- Sumiram, professora (ele me dava esse título honroso mas indevido). O paciente fica bom e desaparece. Eu sempre aviso que a dieta não é o tratamento, que quando tiver alta a pessoa pode voltar a comer de tudo, mas os sintomas somem e o paciente também...

Ele queria fazer o protocolo científico de seu método. Peregrinou por todos os hospitais do câncer sem ser ouvido. Acabou encontrando uma brechinha na Clínica Campo Belo, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, onde lhe concederam a oportunidade de aplicar a dieta no pavilhão de pacientes terminais. Só a dieta, sem qualquer medicamento. Um dos diretores da clínica, dr. Henrique dos Santos Bartholo, também médico, escreveu para a orelha do livro que publiquei a respeito, A dieta do dr Barcellos contra o câncer (e todas as alergias): "É com grande prazer que vejo o trabalho do dr. Raul Barcellos sendo exposto. Tive o privilégio de acompanhar durante alguns meses sua dedicação absoluta a pacientes oncológicos considerados fora de possibilidade terapêutica, internados no Hospital de Apoio, onde a maior luta travada é certamente contra a desesperança dos pacientes e a angústia do próprio corpo clínico. (...) Não poderia, por uma questão de coerência, deixar de registrar as melhorias objetivas e subjetivas observadas por mim nos pacientes durante a permanência do dr. Raul naquele pavilhão. (...) Mais uma vez, dr. Raul, obrigado por sua obstinação."

enquanto isso...

Longe dali, primeiro nos Estados Unidos, depois no México, uma cientista canadense chamada Hulda Clark afirmava a quem quisesse ouvir que 100% dos pacientes de câncer têm um verme no fígado, a Fasciolopsis buskii, fascíola em português, verme achatado em forma de folha, do qual existem alguns tipos, um deles específico do fígado. A princípio a F. buskii não seria um parasita humano. Os cistos dessa fascíola porventura ingeridos numa salada de agrião cru, por exemplo, contaminado por caramujinhos, têm uma carapaça que nenhuma substância normal da nossa bioquímica conseguiria dissolver. O que a dra. Clark constatou é que passamos a dissolvê-la porque o interior do corpo dispõe de solventes adquiridos com o uso cada vez maior de produtos industrializados. Um deles, álcool isopropil, parece que dá conta da carapaça num piscar de olhos. Lendo os rótulos, é impressionante a frequência com que aparece propil no meio de um nome e benz, de benzeno, no meio de outro.

As outras fascíolas, habituais em mamíferos, também não são boazinhas. Comem os dutos biliares e produzem muitos sintomas desagradáveis, quando não mortais. Sempre que ouço falar de hepatite, cirrose sem causa óbvia ou tumor no fígado fico pensando nelas. Segundo a dra. Clark, a endometriose acontece porque elas carregam pedacinhos do tecido do endométrio para fora quando atravessam as paredes do útero. Sim, os vermes se movimentam à vontade dentro de nós. Dizem os eruditos que não há parte do corpo que não seja visitada por algum parasita pelo menos uma vez na vida.

A dra. Clark descreve o tumor como um antro de parasitas de toda espécie - vermes, protozoários, fungos, bactérias, vírus, todos se reproduzindo sem parar e gerando toxinas e hormônios que alteram o ecossistema local. Frequentemente o câncer se comporta exatamente como um fungo. Alguns cientistas defendem a ideia de que o câncer é uma simbiose da célula humana com os fungos.

enquanto isso...

No hospital da Universidade de Tóquio, uma mulher estava anestesiada na mesa de cirurgia e o bisturi fez o primeiro corte sobre o que se considerava ser o tumor. Para espanto geral, pela abertura saiu uma larva viva de Spirometra europaeierinacei que qualquer um adquire em qualquer lugar do corpo e do mundo. O flagrante foi registrado pelo dr. Nobuaki Akao, diretor da faculdade de parasitologia da Universidade de Tóquio. Troquei emails com ele, pedindo autorização para publicar a foto no Almanaque de Bichos que dão em Gente, e perguntei se era um evento muito raro. A resposta: "Só aqui, neste hospital, e somente no seio, são uns 20 casos por ano. Fora os outros lugares do corpo."

voltando...

O dr. Raul Barcellos morreu há alguns anos, mas sua dieta e a noção de que todos podemos ter parasitoses envolvidas em doenças crônicas e degenerativas vêm ajudando milhares de pessoas. Os alimentos proibidos:

. leite e derivados
. carnes de porco, lagosta e camarão
. feijões de qualquer tipo, ervilha, lentilha, grão-de-bico, vagem, feijão-verde, soja e derivados, bem como seus brotos
. tubérculos: batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa (mandioquinha), cará, aipim/mandioca e suas farinhas
. aveia, abacate, castanha portuguesa e vitamina C sintética, ou seja, em suplementos.

Essa dieta também emagrece. Quando fiz, fiquei totalmente livre das alergias e de um espessamento do endométrio que costuma anunciar mioma(s) no útero. Quinze anos depois, continuo observando as reações que tenho diante desses alimentos, às vezes sim, às vezes não. A médica dermatologista Silvia Flaksman me disse, na última pereba que tive, que eu devia erguer as mãos para o céu porque tudo me sai na pele. É melhor o que a gente vê. Porque aí também vê regredir quando toma uma providência - às vezes até bobinha, como não comer queijo.

Leite, seus derivados, carne de porco e camarão são conhecidos por provocar reações alérgicas altamente inflamatórias nas mais diversas pessoas. Gripes e resfriados, por exemplo, podem ser uma forma de descarregar as toxinas e os resíduos que eles deixam. Não são autolimpantes, como os vegetais. Antigamente eram chamados de remosos, isto é: deles fica uma reuma, um catarro, uma gosma que se incorpora à gente. Como a gosma do frango, que se esfrega com limão para tirar. Ela eventualmente produz espinhas e furúnculos que o corpo tenta eliminar através da pele, ou vaga dali praqui, cheia de nutrientes que interessam muito aos bichos, podendo formar com eles uma unidade igual à do supermercado com o ser humano. Instalam-se onde possam se alimentar, tomando cada vez mais o território para si e sua prole. Faz sentido?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dengue? Inhame

 
A saúde é simples, as doenças é que são complicadas.

Por séculos e séculos populações tropicais sobreviveram comendo apenas o que dava no local onde tinham suas aldeias. Nas regiões úmidas, ladeando as grotas, sempre houve fartura de inhame - na Ásia, na África, na América do Sul. Fácil de colher, fácil de preparar e ainda por cima gostoso, o inhame se tornou um dos principais alimentos básicos desses povos.

O que não se sabia é que, durante séculos e séculos, o pequeno e cabeludo inhame estava protegendo as gentes da malária, da dengue, da febre amarela. E eis que chegou a mandioca, aipim, também deliciosa e fácil. Que além do mais dava boa farinha, própria para guardar ou fazer pão, goma para a tapioca de cada dia e ainda bebidas alcoólicas como cauim, alué e tiquira, que ajudavam a esquecer e sonhar. O inhame ficou pra lá. As gentes começaram a morrer de malária. Isso foi muito bem observado na África, onde as roças de inhame foram substituídas por seringais.

Comer inhame continua funcionando para evitar e tratar as doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue. Há algo no inhame, talvez o altíssimo teor de zinco, que neutraliza no sangue o agente infeccioso transmitido pelo mosquito. Diz o povo que é seu visgo que tem poderes. Não se sabe ao certo. A pesquisa científica ainda não se interessou.

Até pouco tempo atrás circulava nas farmácias um tônico centenário à base de inhame e salsaparrilha, o Elixir de Inhame Goulart, usado até como coadjuvante no tratamento de sífilis. A Anvisa não renovou a licença por falta de comprovação da eficácia. Nada corre mais perigo hoje em dia do que uma coisa barata com propriedades medicinais.

Mas o inhame ainda está nas feiras e mercados para quem quiser se beneficiar dele. Cru, cozido, amassado, em sopa, em creme, em caldo, batido com água de coco ou como massa de pizza: veja as receitas em www.correcotia.com/inhame . Bom, barato, gostoso. Para quem acredita mais na saúde do que na doença.

domingo, 1 de janeiro de 2012

2012: Om mani peme hum


Possam todos os seres ser como este ipê, que em pleno reveillon, fora da estação, debaixo de chuva, dá o esplendor de suas flores para o mundo.

E o jacu, esse cruzamento de galinha-preta com urubu, barulhento e bagunceiro, come apetitosamente as flores amarelas, uma a uma, como quem come pipoca.

Feliz 2012. Om mani ipê me hum.