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domingo, 21 de março de 2010

Outono, receita médica: Contentamento


abril de 2004

Chega junto com o outono, em dias lindos e limpos, o medo da pneumonia "atípica". Os jornais abrem manchetes sobre os casos fatais. Mais de dez laboratórios já estão pesquisando remédios e vacinas. Cada um de nós acompanha atentamente a evolução dos fatos, e também dos boatos, que não são confiáveis mas dão muito assunto.

Fica assim combinada a vida: a qualquer momento podemos sofrer a invasão de um poderoso inimigo. Será? Melhor não. Mas como não?

Escrevo para minha amiga Lena Peres, médica infectologista, que responde: “A melhor recomendação é evitar aglomerações, fazer uma boa hidratação e cultivar o contentamento – virtude que aumenta as defesas do organismo.”

Grande sabedoria!

O ar que circula num ambiente cheio de gente não é mesmo lá grande coisa, e pode sim estar cheio de agentes irritantes para as mucosas do pulmão, além de micróbios de todo tipo e tamanho.

Boa hidratação significa água em quantidade, água que limpa, lava, refresca, ajuda a renovar as células e é essencial à vitalidade de todos os tecidos, inclusive respiratórios.

E o contentamento, bem... O contentamento é simplesmente uma das chaves da vida.

Para começar, se há contentamento não há medo. E se não há medo, qual é o problema? Um vírus, por pior que seja, jamais será significativo para a pessoa que está bem. Como disse a doutora, tudo pode ser apenas uma questão de estar com as defesas em ordem. Em se tratando do ser humano, defesa quer dizer zilhões de pequenas células espalhadas por todo o corpo, prontas a neutralizar a ação de qualquer micróbio; mas quer dizer também pensamentos e sentimentos positivos, que reafirmam a confiança na vida e não dão espaço para ansiedade.

Em psicologia é sabido que certas pessoas têm perfil de vítima. Saem à rua tão convencidas de que podem ser assaltadas que atraem o assaltante. Se forem visitar alguém que está com gripe, saem espirrando. “Ué”, alguém vai dizer, “mas isso é comum, gripe pega!”

Pega quem? Quem está predisposto a ser pego, ora essa. E também não pega assim de uma vez. Vai encostando, dá uma indisposição, uma vontade de se enfiar na cama, um friozinho, uma leve dor de garganta – e aí é que se vê quem comanda o barco. “É na tempestade que se conhece o timoneiro”, diz o ditado. Se o corpo está dando todos os sinais de que precisa descansar, e a gente não descansa, está querendo gripe. 

Se, ao contrário, a gente respeita o que está sentindo e descansa, toma um caldinho quente, se agasalha, corta os excessos e fica contente por poder fazer isso, em pouco tempo tudo vai bem de novo. Foi dada ao organismo a oportunidade de se auto-regular, e ele agradece.

Alimentação pobre em nutrientes e rica em gorduras, laticínios, açúcar, produtos químicos, álcool e toxinas; stress, falta de sono, falta de atividade física, falta de afeto e outras emoções nutritivas; e exagero nas temperaturas artificiais, como o ar-condicionado gelado, tudo isso nos desregula. Ainda mais no outono, cujo ar mais seco favorece gripes, tosses, resfriados. Um vento fresco sopra de repente e pede sempre um casaquinho ou uma écharpe para não entrar pelos ombros e atingir o interior do corpo. É hora de colocar mais uma colcha na cama, e meias de algodão para dormir com os pés quentinhos.

Gripes acontecem quando o estado geral de cansaço, poluição e muco interno transborda. As mucosas já estão inflamadas. É isso o que dá oportunidade ao pobre do vírus, coisinha ridícula que nem corpo tem, e a bichos maiores e mais ocultos, diria mesmo ocultíssimos, como lombrigas, amebas, giárdias, solitárias, estrongilóides, oxiúros, tricuros, fascíolas e muitos mais, que se estabelecem em qualquer parte de nós e se multiplicam, com larvas que muitas vezes atravessam o delicado tecido do pulmão e coisas piores. Qualquer pneumonia sem causa óbvia obriga a investigar a "síndrome de Loefler", ou: presença de infecção por helmintos possivelmente afetando o pulmão.

Na medicina tradicional chinesa o outono é a estação dos pulmões, que dão ritmo e ordem à vida – ou depressão e melancolia, se estiverem fracos e sem energia. Reina a força de Metal, que tem a ver com tesouros e colheitas. Estação muito boa para concentrar os esforços, concluir processos e... tratar dos vermes, já que pulmões e intestinos trabalham juntos.

É um tempo de maturidade. A capacidade de realização do ser humano se apresenta como tranquilidade, paz, confiança nos processos de renovação da natureza. A gente olha para dentro e reconhece quem é. Faz o que tem que fazer e fica contente. Pronto.

março de 2010, em plena campanha de vacinação contra a gripe porquinha, sob os auspícios de todas as autoridades mundiais de "saúde"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

No outono é bom comer amendoim

O tempo foi ficando mais seco e deu vontade de comer amendoim torradinho. Ô delícia.

Ele andou banido dos cardápios saudáveis porque tem uma tendência a desenvolver fungos que liberam toxinas brabas quando é armazenado em locais úmidos, e os produtores brasileiros pareciam não ter cuidado com isso. Mas já faz tempo. E nem sei se não foi mais um boato espalhado pelo lobby da soja, que depois entrou no mercado com sojinha torrada, argh, a pontinha de um imenso iceberg de soja inadequada para a saúde humana, mas isso é outro assunto. Que já está há tempos no Correcotia.

E por que comer amendoim no outono? Porque ele nutre e umedece os pulmões, sendo especialmente indicado para o sistema respiratório. Diz o médico e professor Ysao Yamamura, em seu livro Alimentos - aspectos energéticos, que "o amendoim combate o estado yang dos pulmões, que provoca a tosse tipo yang, como a coqueluche, tosse seca e tuberculose pulmonar". Mais uma informação dele, especial para quem também gosta de um vinhozinho nas noites mais frias: o óleo dos amendoins protege a mucosa gástrica da ação do álcool e age beneficamente sobre o sistema baço-pâncreas, impedindo alguns efeitos colaterais desagradáveis que a MTC chama de umidade/calor.

Fora isso o amendoim é uma fonte rica de vitaminas do complexo B, tem bastante fibra e é rico em zinco e selênio. Pode ser um lanchinho maravilhoso naquela hora em que o mundo vai cair se a gente não comer alguma coisa. Porém...

Bem, porém muita gente é alérgica a ele. A maior parte das mortes por alergia nos Estados Unidos está ligada ao amendoim. Não costumo confiar totalmente nesse tipo de informação, porque não sei como a pesquisa foi realizada, mas sei que o povo de lá come manteiga de amendoim direto, e ela não é feita só com ele. Leva açúcar e óleo vegetal. Além disso, um dos estudos aponta para uma interação negativa com a soja. Será que estão colocando soja na manteiga de amendoim? Ó dúvida cruel.

Mas não dá para esquecer que o amendoim faz parte da enorme família das leguminosas, que inclui todos os feijões, grão-de-bico, lentilhas, ervilhas, vagens e a própria soja. Hipócrates, em 400 aC, já sabia que essa família é nutritiva mas tóxica. Outro médico, o dr Raul Barcellos, desenvolveu há poucas décadas uma dieta contra câncer e alergias que também proíbe as leguminosas, amendoim incluso.

Amendoim, portanto, é como tudo na vida: tem que saber administrar.

Principalmente quando está no forno, pra não deixar torrar demais e estragar tudo.

PS - Existe um selo de qualidade da ABICAB destinado a garantir a baixa toxicidade dos amendoins.