terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nos vemos em Curitiba? 6a feira, Bienal

Vai rolar a Bienal do Livro de Curitiba, a Fnac me convidou e eu aceitei, muito feliz de voltar lá. Portanto, na sexta-feira, dia 28, às 18 hs, estarei no auditório do Largo da Ordem participando do Momento Fnac, um encontro com pessoas do mundo do livro. Espero vocês, curitibanos que me lêem :-)!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Água fluorada: Outro logro brutal

Traduzo lá do mercola.com, que costuma resumir bem esse tipo de informação.

Você sabia que quase todos os europeus adicionavam flúor a seus reservatórios de água? E que a maioria parou depois de estudar o assunto com mais cuidado?

Fluorar a água potável em nome da saúde dentária é um logro de proporções colossais. Começando por uma verdade simples - a de que a forma natural do flúor (fosfato de cálcio orgânico) é parte da composição dos dentes - foi montado um discurso capaz de convencer todo mundo de que beber compostos químicos tóxicos de flúor, sobras poluentes de processos industriais, seria bom para os dentes do povão.

Nada poderia estar mais longe da verdade. O flúor de fato é um veneno sistêmico que:

. inativa 62 enzimas diferentes
. aumenta a absorção de chumbo
. acelera o envelhecimento
. aumenta a incidência de câncer e o crescimento de tumores
. estressa o sistema imunológico
. diminui a função da tiróide
. causa danos genéticos
. interfere com enzimas reparadoras do DNA
. aumenta a artrite
. reduz o QI e atrapalha os processo de aprendizagem e memória

Segundo o site, além da água potável, outras fontes de flúor incluem:

. drogas farmacêuticas contendo fluorophenil
. pasta de dente e líquidos anti-sépticos para bochechos
. comidas e bebidas feitas com água fluorada
. carne mecanicamente separada (CMS)(argh)
. resíduos de pesticidas na comida
. fórmulas à base de soja para bebês (argh)
. chá instantâneo

Filtro que elimine o flúor? Parece que só o de osmose reversa. Ou não?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Água clorada: 6 más notícias e uma boa



Má notícia 1: não é exatamente o cloro que produz as piores toxinas nas águas cloradas, mas aquilo que os americanos, com sua facilidade para siglas, chamam de DBPs - disinfection byproducts, ou subprodutos da desinfecção. Eles se formam quando o cloro entra em contato com qualquer matéria orgânica. Nome e identidade: trihalometanos (THMs) e ácidos haloacéticos (HAAs). E são dez mil vezes mais tóxicos do que o cloro, piores que o flúor e todos os outros resíduos de drogas.

Má notícia 2: num só banho de chuveiro pode-se absorver mais toxinas do que bebendo água da bica a semana inteira. O calor da água abre os poros para que elas penetrem. Os vapores são aspirados.

Má notícia 3: banhos de banheira aumentam muito a oportunidade de absorção. Piscinas também, e se forem aquecidas, mais ainda.

Má notícia 4: os níveis de DBPs variam conforme a posição da casa na rede de distribuição de água. Algumas são contempladas com muito mais cloro/DBPs.

Má notícia 5: também variam para mais quando aumenta a presença de matéria orgânica nos reservatórios de água, por exemplo depois de chuvas torrenciais.

Má notícia 6: os DBPs não afetam todas as pessoas do mesmo modo, algumas podem se ressentir mais. E passar anos de médico em médico procurando a razão de sua baixa imunidade, seus problemas na tiróide e por aí afora. Como nada se explica mas tudo se medica, a razão nunca aparece e a saúde vai pelo ralo.

Boa notícia: existem filtros para colocar na entrada da casa, depois da caixa d'água, e também para torneiras de cozinha e chuveiros. Estes, cada vez mais sofisticados.

O que está na foto, publicado pelo MetaEfficient, faz a água do chuveiro passar por quatro filtragens. Na primeira filtra ferrugem e sedimentos. Na segunda, o filtro de vitamina C (representado pelas laranjinhas) elimina cloro e adiciona vitamina C e aroma à água. As bolinhas de cerâmica retêm microorganismos. Nova filtragem remove o que houver de sedimento, e a água finalmente chega ao consumidor do século 21. Fecho de ouro da boa notícia: proteger sua saúde e a da família custa 40 dólares, tipo 80 reais. Lá fora, claro.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O melhor filtro de água é de barro e é brasileiro!




Conhecem? Claro. Quem nunca viu um filtro desse tipo no Brasil?

Pois é ele que encabeça a lista de filtros de água eficientes neste site americano chamado MetaEfficient, autodefinido como Guia das Coisas Altamente Eficientes.

Feito de barro cozido, ou terracota, filtra a água lentamente por gravidade, através de suas velas de cerâmica, enquanto mantém a água fresca. O autor do artigo diz que esse filtro remove 95% de cloro, pesticidas, ferro, alumínio e chumbo, e 99% de criptosporídeos, giárdia e sedimentos. Melhor se for revestido por dentro com prata coloidal, que o mantém livre de pragas.

O filtro da foto é o brasileiro Stéfani, disponível nas melhores casas do ramo e também na amazon.com . Chiquérrimo.

Água de torneira, lado B: Como remover as toxinas?

Fiquei horas lendo sobre flúor e cloro na rede. Ambos são tóxicos, em si ou por seus subprodutos. São questões cabeludíssimas. Procurando saber de filtros, encontrei um site ótimo que procura coisas realmente eficientes, recomendo a visita. Numa das páginas sobre filtros achei um resumo do nó, que traduzo.

Existem seis tipos de contaminantes para remover da água fornecida pela prefeitura:

1. cloro e cloraminas
2. compostos orgânicos voláteis (pesticidas, herbicidas etc)
3. metais pesados (chumbo, mercúrio, alumínio, cádmio, cromo, cobre)
4. bactérias, protozoários e outros bichos, ou seus cistos
5. sedimentos em geral
6. flúor

Em termos de saúde pessoal, diz o site, o cloro e os compostos orgânicos voláteis são os contaminantes mais tóxicos presentes nas águas tratadas.

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O flúor, que se pensa ser apenas benéfico, já que está na água e nas pastas de dentes, parece que não é. Leia o rótulo das pastas: não ingerir. Nessa que resolve 12 problemas bucais, sabem qual é a dose recomendada para crianças abaixo de 6 anos? Uma gota. Onde eu vi? Nas letrinhas miúdas, ora essa.

O dentista e sanitarista Dr. Bill Osmunson diz que um copo de água fluorada tem a mesma quantidade de flúor que o FDA classifica como droga, recomenda não engolir e alerta para procurar o Centro de Envenamento por Drogas se isso acontecer. E é água de beber?

Quem quiser se aprofundar no assunto pode ler a argumentação dele na entrevista intitulada Quando é que a fluoração da sua água será enfim considerada criminosa? Em inglês, óbvio.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Quem é o dono das águas? Nova York responde

"Désolé, Perrier! O governador David Paterson decretou no mês passado que todas as repartições públicas do estado de Nova York se armem de bebedouros. Ele quer expulsar as garrafas de água, pois elas gastam dinheiro público com um produto industrial que, a rigor, ninguém fabrica. Em maio do ano que vem, ficarão definitivamente proibidas de comprá-las."

Assim começa a matéria de Marcos Sá Corrêa na Piauí 33 (já estamos na 35 mas só li a 33 agora). Segue contando que Michael Bloomberg, prefeito da cidade de Nova York, também baniu as garrafas plásticas de água da prefeitura, economizando o custo de 6 mil garrafas por mês, e recomenda que os restaurantes da cidade sirvam água da torneira em jarras a quem desejar. Os estados da Virginia e do Illinois já haviam proibido a administração pública de comprar água engarrafada. Vejam os gastos: Connecticut desembolsa 500 mil dólares por ano com as garrafinhas. Massachussetts, 600 mil. "Só a Universidade do Minnesota paga 180 mil dólares anualmente por garrafas de água", escreve Marcos. Desde 2007, mais de 60 prefeituras voltaram aos bebedouros. A cidade de São Francisco, na Califórnia, economizou 1 milhão de dólares com isso.

Sabendo que a maior parte da água engarrafada não vem mais de fontes minerais, praticamente esgotadas pela exploração comercial, e é simplesmente água tratada(?), desodorizada e às vezes gaseificada, que tal voltarmos às moringas de barro e ao bom e velho cantil? É o que pretendo. A moringa já está na mesa do escritório. Quanto ao cantil, para levar no carro, aceito sugestões de marca.

domingo, 16 de agosto de 2009

Óleo virgem de coco: Como fazer em casa


Imagem Wikipedia

1: Obter o leite de coco e coar

Escolhem-se alguns cocos maduros, pesados, com bastante água dentro, que vão ser abertos nos olhinhos com um prego ou sacarrolha, para retirar a água, depois embrulhados numa toalha e partidos a marteladas, ou com um golpe de facão. A água deve ser colhida numa vasilha e coada. Quanto mais água houver dentro do coco, mais úmida estará a polpa, e isso é bom. Percebe-se a quantidade claramente ao chacoalhar o coco - pouca água chacoalha mais.

A tradição é ralar o coco num ralo próprio, que se usa muito no nordeste, e misturá-lo com a própria água que vem dentro, amassando bem e espremendo com as mãos até tudo virar um creme. Algumas receitas recomendam aquecer a água e amassar a mistura até ela esfriar. Isso dá uns 10 minutos.

Mas também se pode bater o coco em pedacinhos com a água no liquidificador, aos poucos, até obter esse creme. E também se pode usar água filtrada ou fervida.

Coar na peneira, no coador de nylon, na gaze, no filó, no pano de fralda. Muita força para espremer tudo até o creme acabar.

O bagaço se reserva para fazer cocada macaroon (aquela com farinha - como se chama em português?), pão de coco ou adubo de planta. É uma fibra natural ótima para os intestinos. Pode ser congelada.

2: Métodos de extração do óleo virgem de coco


A frio

O leite de coco precisa fermentar para que o óleo se separe da água. Isso pode acontecer em climas quentes deixando-o simplesmente descansar numa vasilha coberta durante 48 horas. O óleo vai se separar natualmente da água e dos resíduos. Três camadas de líquido vão se formar: o óleo de coco por cima, a água no meio e um creme fino no fundo.

Retirar o óleo com uma colher ou concha. Filtrá-lo três vezes em pano de fralda dobrado ou filtro de papel para café. Colocar num vidro e tampar bem.

Quando olhado contra a luz, o óleo vai ter uma coloração amarelada. Essa é a cor natural do óleo virgem de coco.

A água que sobra da mistura original pode ser fermentada para virar vinagre. A mistura cremosa pode ser fervida numa panela para expelir mais óleo. Esse óleo extraído com calor pode ser usado para fritar ou para o cabelo.

O óleo virgem de coco pode ser guardando em temperatura ambiente. Validade 2 anos, no mínimo.

Outro método a frio (mais prático)

2 cocos, 3 xícaras de água do próprio coco, picar, bater por 2 ou 3 minutos no liquidificador até a consistência ficar lisa e cremosa. Espremer, colocar o leite de coco numa jarra, cobrir e deixar 48 horas num lugar escuro.

Transferir o líquido para uma garrafa pet de água mineral limpa e deixar em local sombreado cuja temperatura esteja em torno dos 25 graus C. Em 6 a 8 horas o óleo vai se separar do leite.

Ponha a garrafa na geladeira por 3 horas. O óleo vai se solidificar. Deite e corte a garrafa o mais junto possível da linha do óleo. Isso facilita sua retirada. Guarde em vidro de boca larga com tampa. Ele vai ficar líquido se a temperatura ambiente estiver acima de 27 graus.

Extração no fogo à moda de Bali

Coco ralado à mão no ralador de coco; misturar com água quente e amassar com as mãos até esfriar. Espremer com força para soltar po máximo possível de leite. Esta é a primeira prensagem. Mais água quente é adicionada ao coco já espremido e o processo se repete. Três cocos produzem mais ou menos um litro e meio de leite de coco.

O leite de coco é posto num fogo de bom tamanho para ferver alegremente. Duas rodelas de cúrcuma são adicionadas (e removidas uma hora depois). A cúrcuma colore o óleo e quem ensina diz que o mantém "fresco". Provavelmente dá algum sabor também - o que não faz muita diferença, porque em todo prato de Bali que usa óleo de coco a cúrcuma também entra.

Lá pelas tantas a mistura faz espuma, deixe estar. Uma hora depois o óleo começa a aparecer nas beiradas. O mestre borrifa água fria na superfíce fervente e diz que é para drenar melhor o óleo.

A panela sai do fogo depois de mais ou menos uma hora e meia. O líquido está reduzido à metade, a espuma se dissipou e a superfície está coberta por uma camada fina de óleo dourado.

O leite-óleo é passado por um coador de tela ou peneira fina para capturar a espuma e quaisquer pedacinhos de polpa de coco. Volta à panela e descansa para que a matéria sólida do leite de coco assente no fundo.

Cinco minutos depois já se pode retirar o óleo da superfície com uma concha ou cumbuca. Esse óleo vai para uma caçarola de ferro pequena, posta ao fogo por quinze minutos; sai dele borbulhando e espirrando, mas em poucos minutos arrefece e se revela um óleo quase límpido.

Todas as sobras do processo ainda são coadas e espremidas mais uma vez para aproveitar cada gota.

Outro método de extração no fogo


5 cocos médios ou grandes para fazer 1 xícara de óleo. Depois de obter o leite de coco, batendo ou ralando e espremendo, coar e deixar descansar por 24 a 48 horas. O creme e a água vão se separar, a água fica no fundo. Retire o creme com uma escumadeira e ponha numa panela grossa e funda (porque ele espirra quando ferve). Deixe ferver devagarinho em fogo médio ou baixo. Lentamente o óleo aparece por cima. Afaste os resíduos de coco para o lado. O óleo fica mais claro. Vá tirando com uma colher e fervendo até não ter mais nada a retirar.

Observe que as panelas são sempre grossas, de ferro fundido, esmalte ou pedra-sabão, para um cozimento lento. Panelas finas fariam o óleo ferver demais.

Pão de coco usando o bagaço que sobrou

2 xícaras de farinha de trigo bem cheias
1 colherinha (café) de sal
4 colheres (chá) de fermento em pó
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal derretida, óleo de coco ou azeite de oliva
1 xícara de coco ralado, não muito apertado
2 colheres (sopa) de açúcar branco, cristal ou mascavo
1 xícara de leite de coco diluído meio a meio com água, ou de leite animal

Peneire a farinha, o sal e o fermento numa vasilha
Separadamente misture o coco e o açúcar e junte à farinha
Adicione o leite e a gordura (óleo de coco, azeite ou manteiga)
Amasse por 5 minutos ou até obter um bolo de massa bem aglutinada, oleosa na superfície
Cubra e deixe crescer por 10 minutos
Achate a massa para ela virar uma panqueca gorda, com +- 2,5 cm de altura
Ponha numa assadeira untada e faça furinhos por cima com um garfo para decorar
Asse em forno médio (120 graus C) por 20 minutos ou até dourar. Deixe esfriar para comer.

Fontes com boas imagens

http://www.chezlin.com/2008/07/coconuts-101-different-ways/

http://www.simplytrinicooking.com/2008/07/homemade-coconut-oil-trini-style.html

http://www.ehow.com/how_4884719_homemade-coconut-oil.html

http://www.your-how-to.info/2008/01/how-to-make-your-own-virgin-coconut-oil.html

http://www.simplytrinicooking.com/2008/07/coconut-bake.html

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Interesses industriais: irradiação de alimentos

Uma leitora escreve pedindo algo sobre irradiação de alimentos. Respondo que o tema me deixa de mau humor, porque ninguém diz que está irradiando mas está, geral, e com aval acadêmico.

Com a desculpa de que o produto é higienizado, ele chega à boca do consumidor afetado por elementos que não existiam quando Deus criou a maçã e Eva a comeu. Não sabemos qual é, a longo prazo, o efeito de comer algo que pode minar a saúde aos poucos e levar a um novo tipo de doença cara e martirizante como o câncer. Por exemplo.

Carol Daemon postou lá no blog, ex-Menina do Dedo Verde. Olho vivo.

sábado, 8 de agosto de 2009

Gripe porquinha: ver para crer

Nada contra as porquinhas. Mas porco sempre foi uma espécie de xingamento. No mínimo queria dizer que o sujeito era sujo. Sujas são as manobras políticas e farmacêuticas para aterrorizar o povo, que acredita que a saúde é um direito do cidadão e um dever do estado. E vai lá fazer fila para tomar a vacina ou comprar o remédio.

Este filminho no youtube - http://www.youtube.com/watch?v=CcgCBiyGljM - dá o serviço para quem só consegue pensar vendo. Em espanhol com legendas em português.

Já tínhamos publicado aqui sobre o chiqueiro em 29 de abril (dia do inhoque). Estamos em agosto e a intimidação prospera.

Há muito mais fraudes entre o céu e a terra do que suspeita nossa vã filosofia.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eu sou responsável por mim e pela minha saúde

Continuando o papo, este é o aspecto mais interessante da filosofia macrobiótica: ela vem carregada de conhecimentos herdados da medicina tradicional chinesa e japonesa, que sempre achou muito mais fácil, prático e barato preservar a saúde do que tratar de doenças.

Na China antiga, o médico era pago por mês para manter os pacientes saudáveis. Ia à casa das pessoas verificar se havia umidade ou corrente de ar, se as camas estavam em posições adequadas, se a comida era bem feita. Vistoriava a higiene dos aposentos, do entorno e das pessoas. Se houvesse o que medicar, deixava as ervas e poções. Quando um paciente adoecia, parava de pagar. Quando morria, o médico era obrigado a colocar uma lanterna na porta de casa como testemunha de sua negligência.

Muito diferente? Muito. Mas na França de hoje também é diferente. Os médicos pagos pelo governo vão à casa do paciente, ou ao hotel, se você estiver lá como turista. Aconteceu com meu companheiro nos anos 80: comeu patê demais, com muito vinho bom, e no meio da noite estava em cólicas. O médico, chamado pelo hotel, chegou em meia hora. Examinou, injetou a primeira medicação, recomendou repouso e dieta e ninguém pagou nada.

Muito diferente. Mas aqui no Brasil também existem diferenças. Quem se trata com homeopatia e acupuntura frequenta o médico para não ficar doente. Os pequenos desequilíbrios são vistos como tal. Os exames contemplam a pessoa com seu corpo e sua mente, não um papel cheio de códigos indecifráveis que levarão a contas caríssimas.

Um bom macrô, que só é bom se não for radical, lê uns tantos livros de Michio Kushi e Tomio Kikuchi e acaba aprendendo que funcionamos grosso modo com cinco órgãos - fígado, pulmões, rins, coração e o chamado baço-pâncreas, acoplados a cinco vísceras - vesícula biliar, intestino grosso, bexiga, intestino delgado e estômago, respectivamente. Entende as emoções ligadas a eles e também os principais distúrbios. Assim começa a se observar e seu autoconhecimento prospera. Com isso ele se torna mais livre.

Nenhuma outra linha de alimentação oferece esse universo de conhecimento.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Conversa sobre a macrobiótica

Recebo e-mail de Teresa Belo, Lisboa:

Aproveito para colocar uma questão relativamente à alimentação, eu sou macrobiótica num regime não muito rígido mas, como tal tento limitar o consumo dos alimentos mais Yin, especialmente os de origem tropical. Qual é a opinião da Sónia sobre estas limitações? E na sua opinião quais as adaptações que devo introduzir às suas receitas?

Desculpe a pergunta mas como estamos em climas diferentes, em hemisférios diferentes, … e como não tinha tido ainda a oportunidade de dialogar com alguém desse lado do mundo sobre esta matéria quis aproveitar…

Respondo:

Acho muito apropriada a restrição que a macrobiótica faz ao que considera muito yin, que são as frutas, certos vegetais e preparados doces em geral. Mas também não precisa levar a extremos, e esse é o aprendizado. A base da minha alimentação (e do meu estudo) é a macrô e, ao longo dos anos, tenho tido oportunidade de confirmar o acerto dessas restrições - como? Comendo o proibido. E percebendo sua ação no meu corpo.

Claro que devem ser levadas em conta as diferenças pessoais. Alguém que tenha muita atividade física pode se equilibrar com frutas ou sucos, especialmente num dia quente, enquanto alguém que trabalha em escritório com ar refrigerado pode se resfriar por causa do mesmo suco.

Minha opinião hoje é que se deve limitar também a quantidade de cereais integrais e consumir mais vegetais frescos e coloridos, sempre com uma pequena porção de produto animal. Por quê? Porque vivemos num mundo cheio de cargas eletromagnéticas, sujeitos o tempo todo a influências energéticas estressantes e pessoas estressadas, e um pouco mais de energia animal nos ajuda a criar solidez, fornecendo inclusive vitamina B12 para o sistema nervoso. A macrô prevê isso como 5 a 15% do prato. Considero correto.

A redução dos cereais ajuda a equilibrar uma refeição que inclui proteína animal e ao mesmo tempo evita o estado de inflamação crônica produzido pelo excesso de carboidratos. Quanto mais carboidrato se ingere, mais o corpo pede.

Muito cuidado com a soja, que é imprópria para consumo se não for fermentada. Tofu, uma ou duas vezes por mês. (Você pode ler mais sobre a soja em www.correcotia.com/extras .)
...
Pedi licença para reproduzir a conversa aqui e ela deu. :-) Valeu, Teresa!