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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Conversa sobre a macrobiótica

Recebo e-mail de Teresa Belo, Lisboa:

Aproveito para colocar uma questão relativamente à alimentação, eu sou macrobiótica num regime não muito rígido mas, como tal tento limitar o consumo dos alimentos mais Yin, especialmente os de origem tropical. Qual é a opinião da Sónia sobre estas limitações? E na sua opinião quais as adaptações que devo introduzir às suas receitas?

Desculpe a pergunta mas como estamos em climas diferentes, em hemisférios diferentes, … e como não tinha tido ainda a oportunidade de dialogar com alguém desse lado do mundo sobre esta matéria quis aproveitar…

Respondo:

Acho muito apropriada a restrição que a macrobiótica faz ao que considera muito yin, que são as frutas, certos vegetais e preparados doces em geral. Mas também não precisa levar a extremos, e esse é o aprendizado. A base da minha alimentação (e do meu estudo) é a macrô e, ao longo dos anos, tenho tido oportunidade de confirmar o acerto dessas restrições - como? Comendo o proibido. E percebendo sua ação no meu corpo.

Claro que devem ser levadas em conta as diferenças pessoais. Alguém que tenha muita atividade física pode se equilibrar com frutas ou sucos, especialmente num dia quente, enquanto alguém que trabalha em escritório com ar refrigerado pode se resfriar por causa do mesmo suco.

Minha opinião hoje é que se deve limitar também a quantidade de cereais integrais e consumir mais vegetais frescos e coloridos, sempre com uma pequena porção de produto animal. Por quê? Porque vivemos num mundo cheio de cargas eletromagnéticas, sujeitos o tempo todo a influências energéticas estressantes e pessoas estressadas, e um pouco mais de energia animal nos ajuda a criar solidez, fornecendo inclusive vitamina B12 para o sistema nervoso. A macrô prevê isso como 5 a 15% do prato. Considero correto.

A redução dos cereais ajuda a equilibrar uma refeição que inclui proteína animal e ao mesmo tempo evita o estado de inflamação crônica produzido pelo excesso de carboidratos. Quanto mais carboidrato se ingere, mais o corpo pede.

Muito cuidado com a soja, que é imprópria para consumo se não for fermentada. Tofu, uma ou duas vezes por mês. (Você pode ler mais sobre a soja em www.correcotia.com/extras .)
...
Pedi licença para reproduzir a conversa aqui e ela deu. :-) Valeu, Teresa!

terça-feira, 31 de março de 2009

Dos leitores: e-mail da Solange

Oi, Sonia, escrevo para dizer para suas leitoras uma coisa da minha experiência pessoal. Moro sozinha e não tenho quem cozinhe para mim. Tive um período em que, além de trabalhar, eu estudava à noite e dedicava pouco tempo a pensar no que ia comer, fora e dentro de casa; então comia muitas coisas fáceis de comprar e consumir - biscoitinhos, requeijão, torradas... No intervalo das aulas jantava capuccino com pãozinho de queijo... Enfim, me alimentava quase que só dessas coisas deliciosas que a gente come principalmente quando não pensa.

Essas comidinhas são que nem televisão, dão aquele torpor... Eu fiz Psicologia e numa determinada aula falaram que existem três tipos de drogas: as alucinogênicas, as excitatórias e as saciatórias, e a comida foi incluída entre as saciatórias, junto com barbitúricos e álcool, que na primeira fase excita mas depois dá torpor. É o gostoso de ficar pesada, como se estivesse relaxada, mas na verdade o que está acontecendo é todo um esforço a mais do organismo para dar conta de tanta coisa.

Com o tempo comecei a ficar mais inchada, com menos disposição na hora de acordar. Me sentia pesada, como se nunca tivesse tempo suficiente à noite para digerir tudo o que eu tinha consumido. Engordei pelo menos um quilo por ano e tinha muita prisão de ventre. Estava chegando a um limite, estava me sentindo muito mal. Insatisfeita com a minha sensaçào e com a forma corporal. Tinha me viciado naquela comida e precisava fazer uma coisa radical para mudar - uma coisa que envolvesse mudança de hábito e de crença mesmo. Resolvi me informar e levar a sério a informação.

De tudo o que li, o que mais me atraiu foi comer mais vegetais e me alimentar só de líquidos e frutas ate o meio-dia. Comecei a incluir na minha rotina ir uma vez por semana à feira. Passou a ser uma atividade que me dá o maior prazer, como ir à praia. Tenho prazer de escolher as frutas, as verduras, ver que a oferta muda de acordo com a época. Adoro descobrir o nome dos vegetais e perguntar ao feirante como faz, se é para comer cru ou comer quente - os feirantes em geral gostam de comer o que vendem.

E aí, quando sinto fome ou vontade de comer, tenho muita escolha de frutas e vegetais, em casa e no consultório. Não dá tempo de ficar tomando conta do fogão, mas soube de uma panela elétrica japonesa que cozinha arroz e comprei. Nela faço arroz integral, colocando 50% mais água, umas fatias de gengibre e uma colherinha de sal para conservar os minerais, e depois como com gersal e salsinha.

De sobremesa gosto de fazer vodus de frutas - espeto cravos nas maçãs, nas peras ou nos pêssegos, que são meus favoritos, na banana com casca, tudo com casca - e ponho para cozinhar abafadinho, com o fogo bem baixo. Isso porque no inverno percebi que é melhor comer a fruta quente; no começo eu comia tudo cru, mesmo que o tempo estivesse frio, e tive muita gripe.

Também gosto de tomar missoshiru antes de comer, fervo uma cebola, um alho-poró ou qualquer vegetal, desmancho o missô e acrescento cebolinha verde. É ótimo para os intestinos e dá muita energia no frio.

E é isso, Sonia, que eu queria dizer. Ter uma geladeira cheia das coisas certas significa emagrecer e ficar em forma, fisica e mentalmente. É você escolher e não ser escolhida pela comida. Posso dizer que isso mudou minha vida.

Um abraço

Solange

(PE)