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domingo, 13 de abril de 2014

Comer bem, comer mal + Maionese de inhame


“Ho ho ho”, ri o falso Papai Noel esfregando o barrigão depois de devorar a ceia, “Comi bem!” E a jovem, após singela saladinha de alface, recusando outros pratos: “Obrigada, comi bem”. A enfermeira, sobre o paciente que parece estar um pouco melhor: “Está comendo bem...” E o casal que acaba de gastar uma pequena fortuna num jantar de alta gastronomia: “Ah, comemos muito bem!”.

Como se vê, cada um come bem de um jeito. Mas afinal, o que é mesmo comer bem?

Com certeza, não é comer muito. A gula sempre foi e continua sendo um pecado capital. Mesmo que o conceito de pecado seja um pouco elástico hoje em dia, pode-se dizer que a pessoa empanturrada peca contra si mesma, contra o delicado equilíbrio do corpo que sente, pensa, fala, age. A digestão sequestra toda a energia disponível e é por isso que muitas vezes põe os glutões para dormir o sono pesado da comilança.

Comer pouco também não é comer bem. Pouco já diz que é pouco. Se for uma estratégia para reduzir o tamanho do estômago sem cirurgia, vale a pena – mas aí o que se recomenda é fazer várias pequenas refeições por dia, todas bem nutritivas, para não gerar carências.

Porque também não come bem quem come qualquer coisa. Se há algo que faz diferença na alimentação, hoje, é a qualidade. O mundo alimentar foi dividido em dois: comida de verdade de um lado e produtos alimentícios de outro. O Brasil já está em plena “transição nutricional”, dizem os cientistas políticos. Nosso consumo de feijão caiu 25% enquanto o de refrigerantes e guloseimas subiu 40%. Com maior poder aquisitivo, estamos optando por pseudocomida industrializada. Ou seja, comendo mal, o que acaba levando a doenças crônicas e distúrbios recorrentes que estragam a vida de qualquer
um.

Por outro lado, mercados e feiras continuam aí. Há cada vez mais barracas de vegetais orgânicos, frutas do sítio, frangos e ovos caipiras, pães de farinha integral e todo tipo de alimento de verdade para fazer uma boa comida tradicional. Até mesmo vegetais e frutas produzidos com agrotóxicos, em cujo uso o Brasil é campeão, ajudam a desintoxicar - não só dos pesticidas que carregam, mas de toxinas do ar, da água, do estresse.

Folhas verde-escuras, como couve, mostarda, brócolis, chicória, rúcula e tantas outras: comê-las todo dia é um seguro de saúde concreto. Vegetais coloridos e variados – abóbora, cenoura, beterraba, rabanete, pepino, nabo, quiabo e tantos outros, se possível da estação e produzidos nas redondezas, são o que garante de fato a presença de vitaminas e sais minerais no sangue. Seja com arroz e feijão, seja com carnes, peixe ou aves, os vegetais é que fazem a diferença. E o custo de uma sacola cheia de vegetais divertidos pode ser bem menor que o de um queijo, por exemplo, que alimenta menos e
costuma levar a tantas reações alérgicas.

Esse é outro ponto importante: o que cada um pode ou não pode, deve ou não deve comer. Conhecer-se é fundamental para ter bem-estar. O corpo reclama quando insatisfeito - rinite, dor de cabeça, intestino preso ou solto, muitos gases, dificuldade de pensar com clareza. Em vez de tomar logo um comprimido, faz bem quem pensa sobre que comeu na véspera. Comida também dá ressaca.

Quantidade, qualidade e autoconhecimento são três critérios confiáveis para comer melhor. O que não significa comer com rigidez. Como diz a médica norteamericana Christiane Northrup, “Não existe dieta perfeita; mesmo que você a encontre, o desejo de variar vai produzir mudanças, e isto é saudável”.

Maionese de inhame da Myriam, minha irmã
para temperar saladas e vegetais ou passar na torradinha

Rendimento: 1 litro

300 gramas de inhames cozidos, sem casca
1 xícara/chá de azeite
1 1/2 xícara de água
1 colher/sopa de mostarda
1/2 cebola média picada
1 ou 2 dentes de alho
1/2 limão grande espremido
salsa e cebolinha picadas
sal e pimenta-do-reino a gosto
1/2 colher/café de açúcar ou mel

Bater tudo no liquidificador até obter um creme homogêneo. 
Guardar na geladeira, em vidro grande, e ir tirando aos poucos.