domingo, 26 de maio de 2013

A saúde de cada um: Medicalização x Autonomia


A IMPORTÂNCIA DA AUTONOMIA 
NOS CUIDADOS BÁSICOS DE SAÚDE:
TRECHO DA ENTREVISTA COM O MÉDICO 
E PROFESSOR DA UFSC CHARLES TESSER
IHU On-Line – O que deve ser levado em conta quando se fala de autonomia em saúde-doença?
Charles Tesser – A maior parte do que as pessoas fazem em relação à própria vida e à saúde é por conta própria, ou seja, em um ambiente de cuidado doméstico, familiar, na sua rede de relações sociais. Uma parte das ações para se cuidar foi introduzida na cultura pelos próprios profissionais de saúde. No entanto, a autonomia diminui conforme aumenta a medicalização. E conforme aumenta a medicalização, se dissemina nas pessoas e nas populações uma sensação de insegurança e de incompetência para fazer as coisas que costumam fazer para enfrentar a vida: pequenos problemas, pequenas dores não necessariamente precisam gerar demanda de um profissional de saúde.
A ideia hoje muito explorada em todo o mundo, até nas próprias profissões acadêmicas da saúde, é que, dado o aumento da longevidade e a proeminência de doenças crônicas, deveríamos tentar trabalhar para incrementar, resgatar, valorizar ou estimular a autonomia das pessoas em geral, seja para terem mais segurança, tranquilidade e mais conhecimento, senso crítico e bom senso para se cuidarem por conta própria, seja para participarem dos cuidados que transcendem a esfera da competência leiga e que necessitam de um curador, um profissional de saúde.
De qualquer forma, temos um processo histórico que vem desde o fim do século XX, que é uma tendência de, na atuação profissional, exigir submissão, pouca autonomia; a gente faz e intervém. O médico dá o remédio, opera e a pessoa só cumpre ordens. Isso é frustrante, medicalizante e funciona muito mal.
ÍNTEGRA
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/mais-medicalizacao-menos-autonomia-entrevista-especial-com-charles-dalcanale-tesser/520444-mais-medicalizacao-menos-autonomia-entrevista-especial-com-charles-dalcanale-tesser

Um comentário:

  1. Pena que tanto conhecimento tenha se perdido em tão pouco tempo, realmente é muita gente que não confia em qualquer outra forma de cuidado que não seja baseada no consumo de um monte de remédios.
    Muito boa esta matéria e a do médico do RJ.
    Muito obrigada por compartilhar, Sonia.

    Beijo.

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