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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS
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De: boletim@aspta.org.br
Painel sobre Câncer do Presidente dos EUA: evidências sobre contaminantes provenientes da agricultura
  
Car@s Amig@s,
No Boletim 543  relatamos parte das conclusões do Painel sobre Câncer do Presidente dos  EUA (espécie de Conselho para assessorar o Presidente da República),  que entre setembro de 2008 e janeiro de 2009 convocou quatro encontros  para avaliar o estado atual da pesquisa, política e programas sobre o  câncer provocado por fatores ambientais. O relatório sintetizando as conclusões do Painel foi publicado em abril de 2010.
Para concluir o relato, reproduzimos neste Boletim as principais  conclusões do documento com relação aos contaminantes químicos  provenientes da agricultura e uma síntese das recomendações apresentadas  ao presidente da república dos EUA:
Contaminantes provenientes da agricultura 
O relatório menciona que “a população dos EUA inteira é diariamente  exposta a numerosos químicos agrícolas, muitos dos quais são suspeitos  ou conhecidos por provocar câncer ou desregulação endócrina. Muitos dos  solventes, aditivos e outros químicos classificados como ingredientes  inertes nos rótulos de agrotóxicos são também tóxicos, mas não se exige  que sejam testados por seu potencial de provocar doenças crônicas como o  câncer”.
O documento menciona ainda que fertilizantes (adubos) químicos e  medicamentos veterinários (como os antibióticos e promotores de  crescimento) são grandes responsáveis pela poluição da água -- os  processos químicos da sua transformação resultam na formação de  derivados tóxicos, muitos dos quais cancerígenos, que contaminam as  águas de abastecimento.
Segundo o relatório, os agricultores e suas famílias, incluindo os  trabalhadores temporários na agricultura, são os que estão expostos aos  maiores riscos causados por substâncias cancerígenas. O texto observa  ainda que o fato dos agrotóxicos serem comumente aplicados em misturas  torna difícil a observação clara dos riscos de câncer associados a  substâncias específicas.
Dados de estudos citados no relatório mostram que as taxas de leucemia  são consideravelmente mais elevadas entre crianças que crescem em  propriedades rurais, entre crianças cujos pais usam agrotóxicos em suas  casas ou jardins, e entre filhos de aplicadores de agrotóxicos.
Entre outras descobertas apresentadas, o relatório observa que, embora a  incidência de câncer entre agricultores e aplicadores de agrotóxicos  não seja maior do que em outros grupos de pessoas estudadas, há um  aumento de risco para cânceres específicos. Agricultores e aplicadores  de agrotóxicos têm significativamente mais risco de desenvolver câncer  de próstata, enquanto suas esposas têm uma incidência significativamente  maior de melanoma (um câncer de pele altamente letal). As mulheres  aplicadoras de agrotóxicos têm incidência significativamente mais alta  de câncer de ovário. Ainda segundo os estudos apresentados, agricultores  expostos a agrotóxicos, aplicadores de venenos e pilotos de aviões de  pulverização, bem como trabalhadores em fábricas de agrotóxicos,  apresentam taxas mais elevadas de câncer d  e próstata, melanoma, outros cânceres de pele e câncer de lábio.
O documento cita ainda que a exposição aos 1.400 agrotóxicos aprovados  nos EUA está relacionada a cânceres no cérebro/sistema nervoso central,  mama, colo, pulmão, ovário (em esposas de trabalhadores rurais),  pâncreas, rim, testículos e estômago, assim como linfoma hodgkin e não  hodgkin, mieloma múltiplo e sarcoma de partes moles (câncer que pode  afetar ossos, cartilagem, gordura, músculos, vasos sanguíneos e tecido  conjuntivo ou de suporte).
Mais especificamente, aproximadamente 40 químicos classificados pela  Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em  inglês) como conhecidos, prováveis ou possíveis carcinogênicos humanos  são usados em agrotóxicos registrados nos EUA. Alguns destes químicos  são utilizados em vários agrotóxicos diferentes.
Um dos exemplos citados neste caso foi o do inseticida Atrazina. Este  ingrediente ativo já mostrou afetar o desenvolvimento de glândulas  mamárias de animais de laboratório, sendo que algumas descobertas  sugerem a existência de efeitos multigeracionais. E os poucos estudos já  realizados sobre a carcinogenicidade humana da atrazina foram  inconclusivos.
No Brasil esta substância é amplamente usada na agricultura: há, atualmente, 40 agrotóxicos a base de atrazina registrados pelo Ministério da Agricultura.
Recomendações
O relatório afirma que as exposições ambientais que aumentam a incidência de câncer nos EUA não representam um novo front  na guerra contra o câncer, entretanto, os graves danos provenientes  deste grupo de carcinogênicos não foram até agora avaliados  adequadamente pelo Programa Nacional de Câncer. Neste sentido, o Painel  clama para que o Presidente use o poder de seu gabinete para remover da  comida, da água e do ar os carcinogênicos e outras toxinas que,  desnecessariamente, aumentam os custos com tratamentos de saúde, mutilam  a capacidade produtiva do país e devastam vidas.
Leia na íntegra, em inglês, o relatório:
Reducing Environmental Cancer Risk - What We Can do Now 2008-2009  Annual Report / The President’s Cancer Panel, April 2010 - U.S.  National Cancer Institute / National Institutes of Health / Department  of Heath and Human Services
É ótimo uma pesquisa dessas, com tanto peso institucional, conectar decisivamente os agrotóxicos aos desequilíbrios do corpo.
ResponderExcluirA questão seguinte é:
o que é (são) câncer (cânceres)?
Como tratar (trata-los)?
Trata-los com mais agrotóxicos de uso tópico - quimioterapia - me parece a escolha errada. A atitude correta me parece desintoxicar o corpo e lentamente reequilibra-lo. Dentro do possível.
Também me parece, além de outras providências como o diagnóstico de parasitoses e fungos invasivos.
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