sexta-feira, 12 de junho de 2009

Bem faz quem desconfia de certas pesquisas

Assinei e recomendo o blog da nutricionista Denise Carreiro, que traz notícias importantes para leitores atentos. Vejam esta:

Quinta-feira, Junho 04, 2009

Cientistas admitem omissão em artigos, diz estudo
Da Agência Estado, em 04/06/09.

Até 34% de cientistas estrangeiros admitem ter realizado práticas de pesquisa questionáveis, como omitir novos resultados que colocariam em xeque trabalhos anteriores ou descartar certas informações obtidas em experimentos por uma percepção subjetiva de que estão incorretas. Foi o que mostrou uma revisão sistemática de artigos sobre má conduta científica realizada por Daniele Fanelli, do Instituto para o Estudo da Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Cerca de 2% dos pesquisadores chegaram a confessar que já fabricaram, falsificaram ou adulteraram dados para melhorar os resultados das suas publicações. A íntegra pode ser lida na revista digital "Public Library of Science ONE". Daniele examinou 3.276 pesquisas que tratam de desvios éticos. Separou 22 artigos publicados nos últimos 23 anos. Todos reúnem dados de questionários respondidos livre e anonimamente pelos próprios cientistas. Os estudos foram escolhidos por usar metodologias semelhantes que possibilitam a consolidação dos resultados.

Segundo a revisão sistemática, cerca de 14% dos estudiosos conheciam alguém que tinha fabricado ou adulterado voluntariamente dados. Até 72% disseram ter testemunhado outras práticas de pesquisa reprováveis menos graves. Casos de plágio foram ignorados, pois o trabalho analisou somente desvios éticos. Daniele afirmou à reportagem que a pressão do "publique ou pereça", que obriga os pesquisadores a produzir continuamente artigos científicos, explica boa parte dos deslizes.

2 comentários:

  1. Sonia, é verdade, não dá para dormir com os dois olhos fechados... tem um trecho de uma matéria da Superinteressante que acho bárbaro e diz, mais ou menos, a mesma coisa:

    "O meio científico não está imune às falsas denúncias provocadas por rivalidades, antipatias pessoais, interesses feridos, raiva, inveja e ciúme. Como qualquer personalidade pública, sejam artistas, políticos ou esportistas, os cientistas não estão livres de calúnias e intrigas. (...) O casamento da ciência com a política transformou-se em um ménage à trois, ao unir-se a eles o interesse econômico. Por sua vez, ao financiarem uma pesquisa, os empresários passam a ter o poder de inclusive nomear a equipe do laboratório, o que leva a dois movimentos, aparentemente antagônicos. De um lado, a necessidade de absoluto sigilo, exigido pelos financiadores, mas prejudicial à pesquisa; é do debate aberto das idéias que surgem os avanços. Do outro, a extrema competitividade da sociedade atual leva o cientista a se sentir pressionado por seus patrocinadores, dos quais dependem seus projetos, seu cargo, seu prestígio e até seu salário. (...) As revistas científicas, para selecionar o material enviado por cientistas, contratam consultores técnicos, que lêem esse material dando um parecer técnico sobre sua importância e originalidade. O que gera outro tipo de problema. Não é segredo nos meios científicos que determinados consultores atrasam seu parecer - para publicar com antecedência suas próprias pesquisas ou a de seus amigos. (...) As revistas científicas sonegam do público informações que podem afetar a vida das pessoas, em nome dos chamados "interesses nacionais" ou das grandes companhias? Existe censura nessas revistas?
    São conhecidos pelo menos dois informes científicos, cuja divulgação poderia gerar problemas à indústria ou ao governo, que tiveram sua publicação dificultada.
    Um estudo assinado por Thomas Chalmers, da Escola Pública de Saúde de Harvard, relaciona o uso da água clorada com o câncer da bexiga e do reto. O artigo foi rejeitado por 3 importantes revistas médicas, que publicaram, porém, outro trabalho sobre os benefícios do programa público de tratamento da água com cloro.
    A mesma dificuldade para publicação encontrou o comunicado de Samuel Ben-Sasson, da Universidade Hebrew, em Jerusalém, que estabelece uma conexão entre a luz fluorescente com a leucemia infantil. Os editores de algumas das principais revistas científicas se recusaram a publicá-lo, alegando que poderia gerar pânico entre as mães."
    FONTE: Revista Superinteressante/fevereiro de 1994 - ano 8, no. 2

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  2. Pois é, Vera; é por isso que as pessoas do chamado meio alternativo passam décadas falando que água clorada faz mal, que flúor faz mal, que luz fluorescente faz mal, mas o resto da família humana não acredita porque nada disso vira manchete de jornal.

    É incrível como existe gente inteligente, culta e politicamente bem articulada que não percebe as manobras irresponsáveis e/ou perversas da política, da indústria e da própria medicina convencional com relação à saúde. Que, quando existe, é subversiva porque não dá lucro a ninguém...

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